Cenipa detalha dinâmica da queda de avião da VoePass. Veja
Acidente da VoePass ocorreu no último dia 9, em Vinhedo, no interior de São Paulo. Todas as 62 pessoas a bordo morreram
atualizado
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O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgou, nesta sexta-feira (6/9), o relatório preliminar sobre o acidente com a aeronave da VoePass, que caiu no último dia 9 de setembro, em Vinhedo, no interior de São Paulo.
As investigações iniciais revelam detalhes importantes sobre o impacto, a disposição dos destroços e as circunstâncias que levaram à queda.
Detalhes do impacto
De acordo com o Cenipa, os destroços foram localizados de forma concentrada a cerca de 38 milhas náuticas (NM) do Aeroporto de Guarulhos (SBGR), destino final do voo, e 7 NM do Aeroporto de Viracopos (SBKP), em Campinas.
A aeronave estava em voo de cruzeiro a uma altitude de 17.000 pés (FL170) quando perdeu o controle, entrando em um “stall” seguido de um parafuso chato — manobra descontrolada que levou à colisão com o solo.
Veja:
O impacto ocorreu em uma área residencial de um condomínio em Vinhedo. A aeronave colidiu com o solo em alta velocidade vertical e baixa velocidade horizontal, resultando em um campo de destroços concentrado, característico de uma queda quase vertical.
Durante o impacto, parte do cone de cauda da aeronave se desprendeu devido à colisão com um desnível de aproximadamente dois metros presente no terreno.
O restante da aeronave repousou na parte mais baixa, apresentando um amassamento vertical significativo, evidência da forte desaceleração na colisão.
Dinâmica da colisão
No momento do impacto, o radome — parte frontal da aeronave que abriga o radar — foi lançado à frente, atingindo um muro a cerca de 30 metros de distância do ponto de colisão principal.
A ponta da asa direita se desprendeu após colidir com uma árvore e foi projetada à frente do local onde repousou o restante da asa.
Apesar do impacto severo, os motores permaneceram presos em suas posições originais nas asas.
Estrutura e danos pós-impacto
Não foram encontradas evidências de que a aeronave tenha se desintegrado em voo antes da queda.
No entanto, as asas e a seção traseira da aeronave foram consumidas por um incêndio pós-impacto, complicando a inspeção detalhada de alguns componentes e sistemas.
A destruição e carbonização severas dificultaram o acesso a várias partes da aeronave para avaliação mais detalhada.
Os motores, embora fixos às asas, foram significativamente danificados pelo fogo. Todas as hélices foram fraturadas com o impacto, e o cone de cauda colidiu com um muro, permanecendo fora da área de maior destruição por fogo.
A cabine de pilotagem e os instrumentos de voo sofreram danos substanciais pela colisão, mas não foram atingidos diretamente pelo incêndio.
O Cenipa ressaltou que o relatório divulgado é preliminar e que a investigação ainda está em andamento. Mais análises são necessárias para identificar as causas exatas do acidente.