Celso de Mello pede posição de Aras sobre acusação contra Carla Zambelli
A deputada federal é acusada por deputados do PT de tráfico de influência por ter supostamente prometido a Moro uma vaga no Supremo
atualizado
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Quando o ex-ministro da Justiça Sergio Moro apresentou como prova de suas primeiras acusações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) uma troca de mensagens com a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), parlamentares do PT ingressaram com uma notícia-crime contra ela no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto tráfico de influência.
Um mês depois, o ministro Celso de Mello, relator da ação, enviou ofício para a Procuradoria Geral da República (PRG) para que o órgão comandado por Augusto Aras se manifeste sobre a acusação.
Se Aras concordar, a parlamentar poderá ser investigada.
As mensagens mostram Zambelli tentando convencer o então ministro a aceitar a troca pretendida pelo presidente Bolsonaro no comando da PF. Ela se compromete a conversar com Bolsonaro sobre a indicação de Moro para a vaga que deve abrir no Supremo no fim deste ano. Moro não aceita. “Prezada, não estou à venda”, disse ele, no dia 24 de abril, data da demissão do ex-ministro.
Moro argumenta que Zambelli agia por ordem do Palácio do Planalto. A parlamentar sustenta que agia por conta própria.
Informações privilegiadas?
Zambelli se envolveu em nova polêmica esta semana ao supostamente adiantar que a PF faria operações contra governadores um dia antes de Wilson Witzel, do Rio, efetivamente ser alvo de uma busca em sua residência oficial.
Sobre esse caso, a deputada afirmou, em nota, que “é absurda e sem qualquer respaldo na realidade a interpretação de parcela da mídia de que a deputada saberia, com antecedência, a realização da operação ‘Placebo’ realizada hoje no Rio de Janeiro contra autoridades do governo estadual” e que “o que foi reproduzido, ontem [segunda] na entrevista à rádio Gaúcha, foram informações já conhecidas e publicadas na mídia de que em vários estados estavam sendo realizadas investigações da Polícia Federal e das respectivas polícias civis sobre esquemas de corrupção com recursos públicos federais”.