Castello Branco fazia “trabalho certo”, diz ex-secretário da Economia
Paulo Spencer Uebel afirmou que empresas estatais, como a Petrobras, não “devem ser usadas para gerar votos para qualquer político”
atualizado
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Ex-secretário especial de desburocratização, gestão e governo digital do Ministério da Economia, Paulo Spencer Uebel lamentou em seu Twitter a substituição de Roberto Castello Branco por Joaquim Silva e Luna na presidência da Petrobras. Segundo ele — que ficou cargo entre 2019 e 2020 –, Castello Branco foi substituído por “estar fazendo o trabalho certo”.
“Ele [Castello Branco] foi fiel ao mandato que recebeu do Conselho de Administração da companhia em trabalhar para gerar valor aos acionistas, não para gerar votos para qualquer político”, disparou Uebel. Ele ainda publicou, em uma outra postagem, que “empresas estatais não devem ser usadas para gerar votos”, e lembrou que o ato “viola os princípios da administração pública e contraria as boas práticas de governança”.
“Nunca o governo Bolsonaro foi tão parecido com o Governo Dilma como hoje. Nesse momento, Guido Mantega faria absolutamente o mesmo que Paulo Guedes está fazendo. Essa similaridade deve arrepiar qualquer cidadão de bem!”, finalizou.
Dia muito triste para o Brasil. Roberto Castello Branco, Presidente da Petrobras, será substituído por estar fazendo o trabalho certo: blindar uma empresa Estatal contra o uso político, contra o populismo.
Segue… pic.twitter.com/EIAE41YNrm— Paulo Spencer Uebel (@paulouebel) February 20, 2021
Entenda
Bolsonaro anunciou, em suas redes sociais, a substituição de Castello Branco por Joaquim Silva e Luna nessa sexta-feira (19/2). “O governo decidiu indicar o senhor Joaquim Silva e Luna para cumprir uma nova missão, como conselheiro de administração e presidente da Petrobras, após o encerramento do ciclo, superior a dois anos, do atual presidente, senhor Roberto Castello Branco”, disse o chefe do Executivo.
Na quinta-feira (18/2), em sua live semanal pelas redes sociais, Bolsonaro disse que considerou o quarto reajuste na gasolina, anunciado no mesmo dia pela Petrobras, como “fora da curva” e “excessivo”. Ele ressaltou que haveria consequência. Além da gasolina, o diesel também teve aumento autorizado pela estatal.
“Eu não posso interferir e nem iria interferir [na Petrobras]. Se bem que alguma coisa vai acontecer na Petrobras nos próximos dias, tem que mudar alguma coisa. Vai acontecer”, pontuou.
Na ocasião, o presidente anunciou ainda que a partir de 1º de março não haverá qualquer imposto federal incidindo sobre o preço do óleo diesel. Atualmente, incidem sobre o diesel PIS e Cofins. Além disso, os impostos federais sobre o gás de cozinha também serão zerados, segundo Bolsonaro.