Cassado, Dallagnol diz que “corruptos não têm mais medo” de punição
Ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol disse em comissão na Câmara que “corruptos não têm mais medo de serem punidos no Brasil”
atualizado
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Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato e ex-deputado federal, afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) garante a impunidade de corruptos no Brasil. A declaração ocorreu nesta terça-feira (21/5), durante discussão sobre os 10 anos da Operação Lava Jato na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
“Os corruptos não têm mais medo de serem punidos e praticar a corrupção no Brasil, porque eles têm a certeza de que o Supremo Tribunal Federal vai garantir-lhes a suprema impunidade”, alegou o ex-procurador da Lava Jato.
O debate foi proposto pelos deputados Adriana Ventura (Novo-SP) e Kim Kataguiri (União-SP) para “promover um diálogo construtivo e baseado em evidências, que permita compreender de maneira ampla os resultados da Operação Lava-Jato”.
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História da Lava Jato
A Polícia Federal (PF) deu início a uma série de investigações sobre doleiros ligados a Alberto Youssef, apontado como responsável por movimentar bilhões com o uso de empresas de fachadas e contas em paraísos fiscais.
Em seguida, foram identificadas quatro organizações criminosas que tinham relações e eram comandadas por doleiros. Os policiais descobriram que os grupos utilizavam uma rede de lava jato de carros e postos de combustíveis para as transações, de onde veio o nome da operação.
Em março de 2014, a operação ganhou como foco o desvio de dinheiro público nas obras da Petrobras, o que levou a grande repercussão das investigações.
Deltan Dallagnol, um dos principais nomes da operação, era procurador da Lava Jato e foi responsável pelas acusações contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi condenado a nove anos de prisão pelo então juiz Sergio Moro (União Brasil-PR) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
No entanto, em 2021, o STF reconheceu a parcialidade de Moro no caso de obras em um triplex no Guarujá, em São Paulo, que teria sido dado ao petista por uma empreiteira. Para a Corte, Lula não teve os direitos respeitados ao longo dos processos conduzidos por Moro.