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Caso VoePass: após 2 meses, o que falta saber sobre o acidente aéreo

O Metrópoles listou cinco perguntas que ainda precisam ser respondidas para elucidar o acidente da VoePass que matou 62 pessoas

atualizado

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Imagem colorida de destroços de avião da VoePass que caiu em Vinhedo (SP) - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de destroços de avião da VoePass que caiu em Vinhedo (SP) - Metrópoles - Foto: Allison Sales/picture alliance via Getty Images

O acidente com o voo PTB-2283 da VoePass completa dois meses nesta quarta-feira (9/10). Apesar de um relatório preliminar do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), apresentado um mês após o acidente, explicar a dinâmica da queda, ainda há uma série de perguntas a serem respondidas.

No dia 9 de agosto, o avião partiu de Cascavel (PR) às 11h40 e deveria pousar no Aeroporto Internacional de São Paulo (Guarulhos), mas a aeronave perdeu sustentação em voo e colidiu com o solo em Vinhedo (SP), às 13h22.

Naquela data, morreram os 58 passageiros e os quatro membros da tripulação a bordo da aeronave.

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O piloto Danilo Santos Romano
Edilson Hobold, 52 anos, árbitro internacional (FIJA) de judô, está entre as vítimas da queda do avião da Voepass Linhas Aéreas, em Vinhedo (SP)
Casal morreu em acidente aéreo na cidade de Vinhedo
Professor morto em acidente aéreo completaria 48 anos em dois dias
Humberto de Campos Alencar e Silva, o co-piloto do avião, e Rubia Silva de Lima,  comissária de bordo
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Parte das vítimas do acidente que acabou com 62 pessoas mortas

Montagem/Redes sociais
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O piloto Danilo Santos Romano

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Edilson Hobold, 52 anos, árbitro internacional (FIJA) de judô, está entre as vítimas da queda do avião da Voepass Linhas Aéreas, em Vinhedo (SP)

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Casal morreu em acidente aéreo na cidade de Vinhedo

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Professor morto em acidente aéreo completaria 48 anos em dois dias

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Humberto de Campos Alencar e Silva, o co-piloto do avião, e Rubia Silva de Lima, comissária de bordo

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Vítima registrou momento de embarque em avião que caiu em Vinhedo

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Maria Auxiliadora era conhecida como Dora e trabalhou a vida toda na Apae de Guaratinguetá e José Cloves era fotógrafo

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Debora Soper Avila, de 29 anos, era comissária de avião da Voepass

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Ex-goleiro de futsal e esposa fisioterapeuta estavam entre as vítimas de acidente aéreo

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A menina Liz Ibba dos Santos, de 4 anos, está entre as vítimas do acidente aéreo de Vinhedo. Ela estava acompanhada do pai, Rafael Fernando dos Santos

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Laiana morreu no acidente

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Professora está entre as vítimas fatais de queda de avião em Vinhedo

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A farmacêutica Eliane Andrade Freire estava indo visitar a família

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Laiana Vasatta

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Morador de Jacareí, Copetti foi uma das 62 vítimas da queda de um avião em Vinhedo (SP). José Carlos deixa esposa e dois filhos

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A cadelinha Luna

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Constantino The Maia é a 62 vítima identificada

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Rafael Fernando dos Santos e a filha Liz Ibba dos Santos

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O Metrópoles selecionou cinco pontos importantes para os quais os investigadores ainda buscam respostas.

Qual o motivo da queda?

O Cenipa está conduzindo a investigação para entender as causas do acidente envolvendo o avião da VoePass. Seguindo o protocolo, dados factuais estão sendo coletados e validados para garantir a precisão das análises que serão apresentadas no Relatório Final, que ainda não tem data para ser divulgado.

A investigação utiliza gravações dos sistemas de dados de voo (FDR) e de voz (CVR), além de informações da empresa operadora e do fabricante da aeronave. Com base nisso, a investigação do Cenipa segue três linhas principais de ação:

  1. Fatores humanos: a análise examina aspectos relacionados ao comportamento e às decisões da tripulação diante da situação. Questões como treinamento, estado emocional e a interação dos pilotos são pontos investigados.
  2. Fator material: foca na condição técnica da aeronave, especialmente nos sistemas que previnem a formação de gelo e evitam a perda de sustentação (stall). A investigação busca identificar se havia algum problema mecânico ou de manutenção.
  3. Fator operacional: analisa o desempenho da tripulação e as condições operacionais do voo, incluindo os procedimentos adotados e as circunstâncias externas, como o clima e o ambiente de trabalho.

Houve falha técnica?

Cerca de 18 minutos após a decolagem, o sistema de degelo de gelo foi ligado. Só que 39 segundos depois disto, foi ouvido um “bipe” na cabine. “Na sequência, os tripulantes comentaram sobre ter ocorrido uma mensagem de Fault (falha)” no sistema de desmanche de gelo.

Os investigadores do Cenipa não chegaram a uma conclusão sobre se o alarme que soou na cabine e o comentário da tripulação deixam claro que o equipamento de degelo realmente não funcionava durante o voo. Os dispositivos da aeronave continuam sendo periciados.

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Policiais e membros da equipe de resgate montam guarda no local do acidente Voepass
o avião bimotor perdeu sinal pouco antes das 13h30
Rapidamente, bombeiros e policiais se dirigiram ao local
Carros da Polícia estacionados ao lado do local do acidente aéreo
Policiais que interditaram ruas onde avião caiu
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Forças de segurança fecham a estrada para o local do acidente após a queda de um avião de passageiros da companhia aérea VoePass

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Policiais e membros da equipe de resgate montam guarda no local do acidente Voepass

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o avião bimotor perdeu sinal pouco antes das 13h30

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Rapidamente, bombeiros e policiais se dirigiram ao local

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Carros da Polícia estacionados ao lado do local do acidente aéreo

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Policiais que interditaram ruas onde avião caiu

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Retirada dos destroços do avião em Vinhedo (SP)

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Retirada dos destroços do avião em Vinhedo (SP)

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Retirada dos destroços

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Destroços do avião que caiu em Vinhedo

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Avião PSVPB foi fabricado em 2010

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Avião ficou totalmente destruído

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Copiloto perguntou o que estava acontecendo antes da queda

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A queda durou 1 minuto

Reprodução/TV Globo

“Existiam diversos computadores que estavam preservados, apesar, é importante lembrar que isto é fruto de um acidente aeronáutico, material retorcido. É um material de futura análise (os computadores) que poderá ou não, estando disponível, aprofundar a nossa investigação se estes sistemas estavam ou não efetivamente funcionando o voo que levou ao acidente”, afirmou o chefe do Cenipa, brigadeiro do ar, Marcelo Moreno, no dia 6 de setembro, quando foi apresentado o relatório preliminar.

“A aeronave do voo 2283 estava com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) válido e com todos os sistemas requeridos em funcionamento”, afirmou a VoePass.

Por que a aeronave não saiu da zona de gelo?

No dia do voo, havia o avanço de uma massa de ar frio sobre o país. Com isto, os boletins meteorológicos indicavam a formação de gelo em uma camada de 12 mil pés a 21 mil pés. O plano de voo apontava que a altitude de voo de cruzeiro seria de 17 mil, justamente onde poderia ocorrer formação de gelo.

A altitude foi limitada a 17 mil pés porque o “pack 1” estava inoperante. O equipamento tem como função a pressurização da cabine. Acima desta altitude, o voo estaria em risco. Por causa desta limitação do topo da altitude, a tripulação decolou com combustível para voar, caso necessário, a 10 mil pés. Esta medida faz parte do procedimento operacional em caso de pack inoperante.

Com combustível suficiente para voar no nível de 10 mil pés, portanto, abaixo da camada de gelo (12 mil a 21 mil pés), havia a opção de voo nesta altitude. No entanto, para mudar o nível de voo, a tripulação deveria pedir autorização ao controle de voo, ou, em uma situação de emergência, declarar “pan-pan”, o que os permitia alterar o nível de voo independente de uma resposta do controle.

Por quê a tripulação não declarou emergência?

A aeronave apresentou, no intervalo de 2 minutos e 16 segundos, três alarmes referentes à velocidade e perda de performance, conforme o relatório preliminar do Cenipa. Mas não houve declaração de emergência por parte da tripulação.

O aviador da reserva da Força Aérea Brasileira (FAB) e especialista em segurança operacional Fernando Siqueira afirma que, em uma situação de emergência ou urgência, a tripulação pode solicitar mudança de nível com prioridade. “Imediatamente, o controlador autorizaria ela descer, desviando outras aeronaves dela que pudesse estar em rota conflitante.”

Para garantir a segurança de voo, o especialista em segurança de voo e direito aeronáutico Hilton Rayol afirma que a tripulação pode iniciar uma descida ou um desvio “sem esperar a autorização do controle de tráfego aéreo”, quando declarada a urgência ou emergência.

A investigação do Cenipa tem por objetivo, entre outros pontos, buscar esta resposta. Na apresentação do relatório preliminar, a equipe de investigação deixou claro que os pilotos fizeram tudo o que podiam para salvar a aeronave. Por este motivo, eles objetivam entender a “consciência situacional”, ou seja, o quanto os pilotos tinham informações e entendimento da situação pela qual passavam.

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