Caso Silvio Almeida: Anielle Franco deixa PF após 1 hora de depoimento
Anielle Franco foi ouvida dentro de inquérito que apura supostos assédios cometidos pelo ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida
atualizado
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A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, deixou a sede da Polícia Federal (PF) em Brasília (DF), nesta quarta-feira (2/10), após depor por cerca de uma hora. Ela foi ouvida no âmbito de inquérito que apura supostos assédios sexuais cometidos pelo ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida.
As denúncias de assédio sexual contra Silvio Almeida foram reveladas pelo Metrópoles, na coluna de Guilherme Amado, em 5 de setembro. A reportagem mostrou que Almeida foi denunciado à organização Me Too Brasil por suposto assédio sexual contra mulheres.
Em 6 de setembro, Anielle Franco confirmou a ministros no Planalto que Almeida praticou assédio contra ela. O relato de Anielle a colegas de ministério do governo Lula, em que confirmou o assédio sofrido, foi publicado pelo repórter Sérgio Roxo e confirmado pela coluna do Metrópoles.
A ministra só se pronunciou em suas redes sociais sobre o caso quando Silvio Almeida foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Veja nota na íntegra:
“Hoje eu venho aqui como mulher negra, mãe de meninas, filha, irmã, além de ministra de Estado da Igualdade Racial.
Eu conheço na pele os desafios de acessar e permanecer em um espaço de poder para construir um país mais justo e menos desigual.
Desde 2018, dedico minha vida para que todas as mulheres e pessoas negras possam estar em qualquer lugar sem serem interrompidas.
Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi.
Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger, ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência.
Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada.
Sabemos o quanto mulheres e meninas sofrem todos os dias com assédios em seus trabalhos, nos transportes, nas escolas, dentro de casa. E posso afirmar até aqui, que o enfrentamento a toda e qualquer prática de violência é um compromisso permanente deste governo.
Sigo firme nos passos que me trouxeram até aqui, confiante nos valores que me movem e na minha missão de trabalhar por um Brasil justo e seguro pra todas as pessoas.”