Caso Ndeye: polícia indicia três estudantes por ataques racistas a aluna
O crime aconteceu em um grupo de WhatsApp, com alguns estudantes menores de idade, que escreveram as mensagens
atualizado
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A polícia indiciou três adolescentes acusados de ataques racistas a Ndeye Fatou Ndiaye, de 15 anos, uma aluna do Liceu Franco-Brasileiro, em Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro. Dois alunos foram culpados por fato análogo aos crimes de racismo e injúria racial e o terceiro por fato análogo ao crime de injúria racial. As informações são do G1.
O crime aconteceu em um grupo de WhatsApp, com alguns alunos menores de idade, que escreveram mensagens racistas. Algumas delas faziam referência à Ndeye, com quem a maior parte dos alunos estuda.
Foram investigados cinco adolescentes que faziam parte do grupo, mas apenas três foram indiciados. De acordo com os investigadores, os outros apenas riram e, por isso, faltariam provas de que eles se comportaram de foma preconceituosa.
A 9ª DP (Catete), responsável pelo caso, concluiu o inquérito apenas com o depoimento de um dos jovens. Os advogados dos outros dois disseram que eles não podiam comparecer por causa do novo coronavírus.
O colégio Liceu Franco-Brasileiro disse que está contratando uma consultoria para um programa de aprofundamento contra o racismo, a discriminação e o preconceito.
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Uma crônica de Anderson França, jornalista do Metrópoles, faz referências a vítimas do racismo brasileiro, dentre eles, João Pedro, João Vitor e Ndeye Fatou Ndiaye.
“Essas pessoas morreram e foram violentadas pelos brancos privilegiados brasileiros, cujos filhos abrem a boca para dizer que preto vale menos que um chiclete, ou pelos brancos que sustentam as polícias, cuja grande vocação institucional é matar e exterminar inocentes nas periferias”, diz uma parte da matéria, que faz referência, também, à aluna do do Liceu Franco-Brasileiro.
Ainda sobre Ndeye Fatou Ndiaye, Anderson França escreve:
“Uma jovem, negra, de origem senegalesa, foi violentada por alunos, colegas de sala.
Praticaram o pior tipo de racismo, e se orgulharam disso.
Escreveram coisas que não vou reproduzir aqui.
Mas penso que, no ensino médio, onde estão matriculados, não entenderam ainda, pelo papo, que esse tipo de coisa não se diz, não será agora que diálogo vai resolver.”