Caso Moro: PF aumentou entrega de relatórios à Abin em 2019, diz delegado
Uma das reclamações do presidente Jair Bolsonaro em relação ao ex-ministro Sergio Moro era a quantidade de informações vindas da PF
atualizado
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Em depoimento na tarde desta terça-feira em Brasília, o delegado da Polícia Federal Claudio Ferreira Gomes, que entre o início do governo de Jair Bolsonaro e a última quarta (13/05) foi diretor de Inteligência da corporação, disse que o setor foi mais produtivo em 2019 do que em anos anteriores na produção de relatórios para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Uma das principais razões do racha entre Bolsonaro e seu ex-ministro da Justiça Sergio Moro, era a vontade do presidente de receber mais relatórios com informações sobre o trabalho da PF.
A instituição não tem entre suas atribuições produzir relatórios de inteligência diretamente para o presidente, mas ajuda a alimentar o sistema da Abin, essa sim sob o comando direto de Bolsonaro.
Segundo o delegado, em depoimento obtido pelo Metrópoles, a quantidade de documentos de inteligência produzidos pelo sistema no ano de 2019 foi superior aos anos anteriores. Ele não informou, porém, os números.
Ele também foi perguntado se soube de solicitações de informações sigilosas pelo presidente, oficialmente ou “em off” e negou, dizendo ainda que não teria repassado dados fora do regime legal.
Outros depoimentos
O novo diretor-executivo da PF, delegado Carlos Henrique Oliveira, prestou nesta terça um segundo depoimento no inquérito aberto para investigar suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na corporação. Dessa vez, ele afirmou que, diferentemente do que havia informado em sua primeira oitiva, foi convidado por pelo diretor da Abin Alexandre Ramagem para assumir a cadeira número dois da corporação quando ele foi indicado por Bolsonaro para diretor-geral.
Nesta quarta (20/05), serão interrogados ainda outros dois delegados da corporação: Cairo Costa Duarte, superintendente da PF em MG e Rodrigo Morais, que investigou o atentado sofrido por Bolsonaro durante a campanha presidencial, em 2018.