1 de 1 Fotografia colorida de Moïse
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Rio de Janeiro – A Prefeitura do Rio de Janeiro aceitou negociar a cessão de outro quiosque à família de Moïse Kabagambe, brutalmente assassinado no dia 24 de janeiro, na Barra da Tijuca, na zona oeste. A família do congolês alega que está com medo de trabalhar no mesmo local onde o jovem de 24 anos foi morto.
Os parentes desistiram de assumir o estabelecimento. A concessão dos quiosques Biruta e Tropicália foi feita à família do congolês, pela prefeitura do Rio, na última segunda-feira (07/02). Na ocasião, o prefeito Eduardo Paes e o secretário de Fazenda e Planejamento, Pedro Paulo, formalizaram a entrega da concessão que iria valer até o ano de 2030.
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O congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, foi morto na segunda-feira (24/1), próximo a um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro
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Para escapar da violência e da fome no Congo, Moïse se mudou para o Rio de Janeiro em fevereiro de 2011, quando ainda era criança. Três anos depois, a mãe também passou a viver na capital fluminense
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Moïse trabalhava como garçom, servindo mesas na praia, e recebia por diárias, em quiosque próximo ao Posto 8 da praia da Barra, na zona oeste da capital
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Moïse Kabagambe foi morto a pauladas, no final de janeiro, no quiosque onde trabalhava na Barra da Tijuca
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Imagens da câmera de segurança do estabelecimento mostram Moïse conversando com funcionários do quiosque. Em determinado momento, os ânimos se acirraram, e um dos homens pega um pedaço de madeira. Moïse tenta se defender com uma cadeira
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O homem que ameaçou Moïse deixou o local e, momentos depois, retornou com outras cinco pessoas, que amarraram os pés e as mãos do rapaz, e o espancaram até a morte
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Segundo testemunhas, o jovem foi agredido por, pelo menos, 15 minutos. Pedaços de madeira e um taco de beisebol foram usados para desferir os golpes contra ele. Policiais encontraram o corpo de Moïse, amarrado e já sem vida, em uma escada
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Familiares do congolês só souberam da morte quase 12h depois do crime, na terça-feira (25/1). O jovem foi enterrado no Cemitério de Irajá, na zona norte da cidade
Reprodução/TV Globo
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Os familiares também atribuem o crime ao racismo e à xenofobia, que é o preconceito contra estrangeiros. Além disso, eles denunciaram que, quando foram retirar o corpo do jovem no Instituto Médico-Legal (IML), a vítima estaria sem os órgãos
Reprodução/TV Globo
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Perícia realizada pelo IML indicou que Moïse tinha várias "áreas hemorrágicas de contusão" e também vestígios de broncoaspiração de sangue. Testemunhas afirmaram que a vítima implorou para que não o matassem
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Até o momento, oito pessoas já foram ouvidas por agentes da Polícia Civil. Segundo a família, cinco investigados estavam envolvidos no assassinato de Moïse
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Na terça-feira (1º/2), um dos funcionários do quiosque se apresentou na delegacia e confessou ser um dos agressores. Segundo ele, os suspeitos tentaram evitar que o trabalhador agredisse um idoso, mas ninguém devia salário para a vítima
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Em nota ao Metrópoles, a Polícia Civil afirma que periciou o local e analisou imagens de câmeras de segurança. As diligências estão em andamento para identificar os autores
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Por meio de nota ao Metrópoles, a Secretaria da Fazenda do Rio informou que está em contato com a família do congolês. Os detalhes serão discutidos com a Orla Rio, concessionária que administra os quiosques.
“A Prefeitura do Rio está em contato com a família de Moïse e discute a melhor solução para eles. Não vemos impedimento para que assumam um outro quiosque, se assim desejarem, podendo ser no Recreio, Parque Madureira ou até mesmo no Cais do Valongo. Os detalhes estão sendo discutidos em conjunto com a Orla Rio, concessionária que administra os quiosques”.
Ao portal G1, o irmão de Moïse, Djodjo Kabagambe, disse que a família desistiu da proposta por medo.
“A gente decidiu que não vamos (aceitar o quiosque da Barra) por conta da segurança. E se tiver outra proposta, de outro quiosque, a gente aceita. Mas desde que seja em outro lugar”, disse Djodjo.
Rodrigo Mondego, procurador da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, que acompanha o caso, informou ainda que a ideia da família é marcar uma conversa com a prefeitura e a Orla Rio na próxima segunda-feira (15/2).
Morte violenta
Moïse foi assassinado no último dia 24 de janeiro, após cobrar dívida de R$ 200 por um trabalho feito para o dono do quiosque. O jovem foi atingido por pauladas na cabeça e nas costas, além de socos e chutes em diversas partes do corpo. Três homens acusados de espancar e matar o congolês foram presos.