Caso Marielle: Ronnie Lessa pede para depor sem irmãos Brazão
Em audiência virtual no STF, Ronnie Lessa depôs pela primeira vez após acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF)
atualizado
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O ex-sargento da Polícia Militar (PM) Ronnie Lessa depôs, nesta terça-feira (27/8), em audiência virtual no Supremo Tribunal Federal (STF). Essa é o primeiro depoimento de Lessa depois do acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF).
De acordo com o G1, na abertura da audiência, o advogado de Lessa, Saulo Carvalho, pediu que todos os outros réus deixassem a videoconferência, e não acompanhassem a declaração.
Somente os advogados dos réus estiveram presentes na audiência.
O pedido foi aceito pelo juiz Airton Vieira, auxiliar do STF e que preside a audiência. Esta seria a primeira vez que Lessa prestaria depoimento diante da presença, mesmo virtual, de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE); Chiquinho Brazão, deputado federal; Rivaldo Barbosa, delegado da Polícia Civil do RJ; Ronald Paulo Alves Pereira, major da PM do Rio; e Robson Calixto Fonseca, o Peixe, PM e assessor de Brazão no TCE.
“Havia um pacto de silêncio, e gostaria que isso fosse respeitado. É tudo muito delicado. Não estamos lidando com pessoas comuns. São pessoas de alta periculosidade, assim como eu fui. São muito perigosos (os réus), mais do que se possa imaginar”, alegou Lessa.
O depoimento de Lessa pode confirmar os pontos colocados na sua delação premiada.
Lessa está preso na penitenciária 1 do Complexo de Tremembé desde 20 de junho deste ano por um pedido dele mesmo, acatado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. No total, faz 5 anos que ele está preso pelo assassinato da vereadora Marielle Franco.
Assassinatos de Marielle e Anderson tiveram repercussão nacional
Marielle Franco e Anderson Gomes foram brutalmente assassinados a tiros na região central do Rio de Janeiro. Um veículo emparelhou com o carro em que Marielle estava, e o atirador efetuou 13 disparos, atingindo fatalmente a vereadora e o motorista. Uma assessora que estava ao lado de Marielle sobreviveu ao ataque.
Segundo as investigações, o ex-policial militar Ronnie Lessa foi o executor do crime. Posteriormente, Lessa fez delação premiada e revelou a participação de outros envolvidos. O ex-PM Élcio de Queiroz confessou ser o motorista do veículo utilizado no dia do assassinato.