Caso Marielle: réu sempre visitou PM em condomínio de Bolsonaro
Jornal obteve planilhas de controle de acesso analisadas pela polícia que indicam 11 visitas de Élcio Queiroz a Ronnie Lessa
atualizado
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O ex-policial militar Élcio Queiroz, apontado pelo polícia por participação na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson do Carmo, foi ao condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, ao menos 12 vezes entre janeiro e outubro de 2018. No local, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem uma casa. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A reportagem acessou as planilhas de controle de acesso apreendidas pela Polícia Civil. Das 12 visitas, 11 tiveram como destino a casa do policial aposentado Ronnie Lessa – número 65 –, também acusado pelo crime.
A única exceção seria a entrada em 14 de março, no dia do crime, quando o responsável pela portaria disse que Élcio teria sido autorizado a entrar no condomínio por alguém da casa de Bolsonaro. A informação foi obtida em depoimento.
Apesar da citação do nome do presidente, Bolsonaro tem registro de presença no painel de votação da Câmara dos Deputados nesse dia, quando ainda era parlamentar. Por essa razão, a informação foi considerada equivocada. Perícia do Ministério Público do Rio de Janeiro também apontou que quem autorizou a entrada naquele dia foi Ronnie Lessa.
De acordo com a reportagem, três visitas ao condomínio de Ronnie Lessa foram feitas antes do assassinato.
Além da investigação conduzida no Rio de Janeiro, a Polícia Federal abriu inquérito para apurar possível obstrução de Justiça, falso testemunho e denunciação caluniosa pelo porteiro contra Bolsonaro.