Caso Marielle: polícia pede ajuda à Marinha para buscar arma no mar
A polícia suspeita de que, entre as armas desovadas no mar, estava a submetralhadora HK MP5 usada para matar a vereadora e o motorista
atualizado
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro solicitou ajuda da Marinha para buscar no mar a arma que teria matado a vereadora Marielle Franco (PSol-RJ) e o motorista Anderson Gomes. Policiais e representantes da Marinha se reuniram nesta quarta-feira (03/07/2019) para estabelecer uma cooperação técnica, que incluiria estudo das marés e das correntezas, além do uso de equipamentos, como sonares. As informações são do portal G1.
Nesta terça-feira (02/07/2019), um pescador, que não teve o nome revelado, prestou depoimento à Delegacia de Homicídios (DH) no Rio de Janeiro onde afirmou que seu barco foi contratado por um homem e, ao chegar próximo às Ilhas Tijucas, ele teria jogado no mar seis fuzis e uma mala com outros objetos.
A polícia suspeita de que, entre as armas desovadas no mar, estava a submetralhadora HK MP5 usada para matar Marielle e o motorista Anderson Gomes. Com a ajuda da Marinha, o órgão realiza buscas no oceano desde o fim de março.
A operação teria ocorrido dias após a prisão do policial militar reformado Ronnie Lessa, em 12 de março deste ano, e teria contado com a participação de quatro pessoas: Márcio Montavano, o “Márcio Gordo”, suspeito de ter jogado as armas ao mar; a mulher de Lessa, Elaine de Figueiredo Lessa; o irmão dela, Bruno Figueiredo; e um homem chamado Josinaldo Freitas. Investigações mostram que “Márcio Gordo” teria retirado as armas de dois endereços ligados ao PM, alugado o barco e jogado tudo ao mar.
Depoimento
O pescador contou que foi procurado por um homem, que chegou de táxi dizendo que queria contratar uma embarcação para fazer pesca submarina perto das Ilhas Tijucas. O barco utilizado é de fibra de vidro, com cinco metros de extensão e motor de 40 HP.
A testemunha disse que o homem que o contratou aparentava ter 30 e 35 anos, era forte e tinha várias tatuagens nos braços. Carregava ainda uma caixa pesada de papelão e uma mala grande, onde o barqueiro acreditava ter guardado arpões e materiais de pesca. Ao chegar “no meio das Ilhas Tijucas”, o homem retirou de uma mala os fuzis, um deles com bandoleira; e de uma caixa de papelão outras caixas menores, nas cores amarela e azul, e jogou tudo ao mar.
O homem acertou a viagem por R$ 60, mas ficou com medo e não quis cobrar. Na volta, porém, sem dizer nada, ele jogou R$ 300 na embarcação e foi embora.