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Caso Marielle: Polícia Civil investiga outros dois suspeitos

Além dos investigados, testemunha aponta o ex-PM Orlando Araújo e o vereador Marcello Siciliano como mandantes do crime

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1 de 1 Foto colorida de Marielle Franco - Metrópoles - Foto: Mídia NINJA

A Delegacia de Homicídios do Rio investiga a relação entre dois milicianos presos nessa terça-feira (24/7) com o assassinato da vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em 14 de março, no centro do Rio de Janeiro. A dupla, um policial militar reformado e um ex-bombeiro, foi detida por suspeita de outro crime.

“Foi apontado que os dois, de alguma maneira, teriam participado do caso da vereadora”, afirmou o delegado responsável pela investigação, Willians Batista. O PM reformado Alan de Morais Nogueira, conhecido como Cachorro Louco, e o ex-bombeiro Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, expulso da corporação em 2006, foram presos acusados da morte de duas pessoas em Guapimirim, na Baixada Fluminense, em 25 de fevereiro de 2017, a mando do líder miliciano e ex-PM Orlando Araujo, o Orlando Curicica. O crime seria um acerto de contas entre milicianos.

A mesma testemunha que deu às autoridades os detalhes sobre o crime de Guapimirim, de acordo com o delegado, é quem tem ajudado na investigação da execução de Marielle.

Segundo o jornal O Globo, Nogueira estaria no carro de onde partiram os tiros que mataram a vereadora do PSOL. “Os dois serão ouvidos sobre o caso Marielle”, garantiu o delegado. “Mas não posso dizer se estavam no veículo (dos assassinos) pois não tive acesso ao depoimento da testemunha no caso Marielle.”

De acordo com as investigações da Delegacia de Homicídios, os policiais José Ricardo da Silva e Rodrigo Severo Gonçalves foram mortos em emboscada em um sítio de Guapimirim, que seria de Curicica. Os corpos foram achados carbonizados em Brás de Pina, na zona norte.

Imagens da concessionária Rio-Teresópolis obtidas pela polícia mostram um Honda Civic, que seria de Alan, escoltando o carro com os corpos. Horas depois, o veículo é visto de volta a Guapimirim. A polícia também apreendeu o automóvel usado na escolta e 20 celulares. Os aparelhos seriam usados para desviar o monitoramento da polícia.

O advogado Leonardo Lopes, que defende Nogueira, afirmou a inocência do cliente no assassinato de Marielle. “Ele desconhece totalmente”, afirmou.

Também negou relação com Curicica, transferido há um mês do Rio para uma unidade de segurança máxima em Mossoró (RN) após seu nome ter sido envolvido no caso da parlamentar. Curicica está preso. A reportagem não localizou a defesa de Barbosa.

Investigação
Mais de quatro meses após o assassinato de Marielle, a polícia investe na pista de que ela e seu motorista foram mortos por milicianos. Essa linha de investigação tem por base o depoimento de uma testemunha-chave responsável por apontar como mandantes Curicica e o vereador Marcello Siciliano (PHS). A suspeita é de Marielle ter contrariado interesses de ambos na zona oeste carioca.

A defesa de Curicica e de Siciliano nega relação deles com a morte da vereadora. E diz ser a tal testemunha-chave, na verdade, um desafeto dos dois. Para o vereador Tarcísio Motta (PSOL), colega de Marielle na Câmara Municipal do Rio, as prisões “mostram o trabalho contínuo da polícia”, mas a “única suposta ligação com o caso Marielle decorre das afirmações de uma testemunha, que até agora carece de outras provas”.

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