Caso Marielle: PF ouve hoje Rivaldo Barbosa, após carta a Moraes
Na carta, o ex-delegado da PCERJ pediu “pelo amor de Deus” para ser ouvido pela Polícia Federal no caso Marielle Franco
atualizado
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Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) e considerado mentor dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, será ouvido nesta segunda-feira (3/6) pela Polícia Federal. Ele está na Penitenciária Federal de Brasília.
A oitiva acontecerá lá. A prisão de Rivaldo ocorreu no dia 24 de março, no Rio de Janeiro. No mesmo dia, ele acabou transferido para a capital do país.
O ex-policial enviou um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para ser ouvido “pelo amor de Deus” por agentes da Polícia Federal no caso Marielle.
“Ao Exmo. Ministro, por misericórdia, solicito que V.Exa. faça os investigadores me ouvirem, pelo amor de Deus”, escreveu Barbosa em um bilhete entregue ao oficial de justiça que o notificou dentro da Penitenciária Federal de Brasília.
Veja a carta:
Rivaldo e irmãos Brazão presos devido ao caso Marielle
Em março deste ano, uma operação da PF prendeu os suspeitos de mandar matar Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. A operação também mirou crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça no Caso Marielle.
Foram presos o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ); o irmão dele, Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio; e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa.
Na última semana, a PGR apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra quatro pessoas. Foram responsabilizados pelo duplo homicídio: o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Inácio Brazão, o deputado federal João Francisco Inácio Brazão, Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior e Ronald Paulo de Alves Pereira.
A PGR considerou que Marielle foi morta por representar um obstáculo para os interesses econômicos dos irmãos Brazão.
“Marielle se tornou, portanto, a principal opositora e o mais ativo símbolo da resistência aos interesses econômicos dos irmãos. Matá-la significava eliminar de vez o obstáculo e, ao mesmo tempo, dissuadir outros políticos do grupo de oposição a imitar sua postura”, escreveu Hindemburgo Chateaubriand, vice-procurador-geral da República.