Caso Marielle: PF faz busca e apreensão em casa de conselheiro do TCE
Domingos Brazão disse que tem foro privilegiado e que mandado para revistar sua residência não poderia ter sido cumprido
atualizado
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O conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Brazão (MDB), foi um dos alvos da Polícia Federal, na manhã desta quinta-feira (21/2), que tinha como objetivo reunir provas de que a investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes teria sofrido uma manobra para atrapalhar a apuração do caso. As informações são de O Globo.
Ao cumprirem um dos oito mandados de busca e apreensão em sua casa, num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, o próprio Brazão se queixou da atuação dos agentes do Comando de Operações Táticas (COT) da Polícia Federal.
“Entraram na minha casa, às 6h15m, com uniformes camuflados, armados de metralhadoras, além de usar escudos e capacetes. Antes disso, arrombaram minha porta e quase atiraram no meu cachorro. Eu tenho foro por prerrogativa de função, por ser conselheiro. A ordem judicial foi expedida por um juiz de primeiro grau do estado, quando o mandado deveria ter sido assinado por um ministro do Superior Tribunal de Justiça “, reclamou o conselheiro afastado.
O advogado Ubiratan Guedes, que defende Brazão, disse que está preocupado com a condução do inquérito da Polícia Federal. “Estou preocupado com o caso. Em razão de a sociedade estar cobrando uma solução, as autoridades estão partindo para uma injustiça. Igual ou pior do que aconteceu com a Marielle, é as autoridades inventarem um culpado. O que, sem sombra de dúvidas, é o que está parecendo que vai acontecer”, disse.
“Tenho certeza absoluta de que a família da Marielle e a sociedade querem a punição do autor do fato e não daquele que vai substituí-lo”, ressaltou o advogado, que acompanhou o conselheiro na Superintendência da Polícia Federal, mas o seu depoimento foi adiado.
Além de Brazão, os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências do policial militar Rodrigo Ferreira – apontado como testemunha-chave do caso pela Delegacia de Homicídios da Capital (DH) -, a advogada dele, Camila Moreira Lima Nogueira, o delegado da Polícia Federal Hélio Khristian; e o ex-policial civil Jorge Luiz Fernandes.