Caso Marielle: Moraes determina que PF ouça delegado em 10 dias
Delegado de Polícia Civil do RJ é investigado por travar a investigação do assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes
atualizado
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal ouça, em 10 dias, o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro Giniton Lages, acusado pela Polícia Federal (PF) e pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de travar a investigação do assassinato de Marielle Franco.
Moraes atendeu pedido da defesa de Giniton em inquérito que investiga obstrução de investigação das mortes de Marielle e Anderson Gomes, em 2018. Em março, ele foi alvo de mandado de busca e apreensão, sem ainda ter sido ouvido nas investigações.
Os advogados dele afirmaram estar convencidos de que o depoimento de Giniton “trará elementos novos e substanciais, os quais certamente serão decisivos na elaboração do novo relatório final e, sobretudo, na formação do convencimento da Procuradoria-Geral da República”.
O delegado, segundo a PF, “operacionalizou a garantia da impunidade” do crime. O delegado, ainda de acordo com a PF, planejou “reiterados episódios de obstrução da investigação”. Ele pretende esclarecer os pontos em seu depoimento e contrapor a versão do delator Ronie Lessa, assassino confesso de Marielle.
Giniton Lages
Giniton foi escolhido para comandar as investigações do caso pelo então chefe da Polícia Civil fluminense, Rivaldo Barbosa, acusado pela PF de planejar “minuciosamente” o assassinato da vereadora.
Barbosa foi preso também em março, junto a outros suspeitos de planejar o assassinato: o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) e o irmão dele, Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio.
Parecer da PGR reforça as acusações da PF e diz que Giniton e Rivaldo combinaram que as investigações “deveriam ser dirigidas de forma a não revelar os mandantes do crime”.