Caso Marielle: “Foco é buscar envolvidos na autoria do crime”, diz PF
Ex-PM Élcio de Queiroz admitiu, em delação premiada à PF, a participação dele no crime e ainda detalhou o assassinato de Marielle Franco
atualizado
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O superintendente da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro, Leandro Almada, afirmou que, após a conclusão das investigações sobre a execução do assassinato da vereadora Marielle Franco, o foco da corporação é “buscar os envolvidos na prática intelectual de autoria desse crime”.
A delação premiada do ex-policial Élcio de Queiroz, réu por envolvimento na morte da vereadora e do motorista, Anderson Gomes, concluiu as apurações sobre a execução do crime. Com isso, investigadores prosseguem para buscar a motivação e o mentor intelectual do assassinato.
“Nosso foco agora é escalar essa investigação para que a gente possa, partido de um alicerce mais estruturado e firme, buscar outros envolvidos na parte intelectual desse crime. Estamos preocupados em buscar eventuais envolvidos na parte intelectual dese crime. Estamos concentrando esforços nessa parte”, explicou o superintendente da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro, Leandro Almada.
A declaração ocorreu durante coletiva de imprensa sobre operação da Polícia Federal (PF) no âmbito do caso, deflagrada nesta segunda-feira (24/7).
Almada explicou que a entrada da Polícia Federal no crime não se trata de uma judicialização do caso. A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) permanece conduzindo as próprias investigações sobre o tema.
Delação premiada
Em delação à PF, Élcio admitiu ter dirigido o carro usado no ataque. Ele disse ainda que Ronnie foi o responsável pelos disparos de submetralhadora contra Marielle. O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, preso em operação nesta manhã, também teria participado do crime.
O ex-bombeiro, conhecido como Suel, acabou preso na manhã desta segunda (27) durante a operação Élpis, a primeira deflagrada pela PF sobre o assassinatos ocorridos em 2018. Além da prisão preventiva de Maxwell, outros sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos na cidade do Rio de Janeiro (RJ) e região metropolitana.
Segundo Dino, o depoimento conclui esta fase da investigação, “com a confirmação de tudo o que aconteceu na execução do crime”. No entanto, segundo o ministro, há, “sem dúvidas, a participação de outras pessoas”.
Marielle e Anderson foram executados a tiros na noite de 14 de março de 2018. Cinco anos depois, o inquérito nunca foi concluído.
Quando assumiu o ministério, em 2 de janeiro, Dino disse que desvendar os dois assassinatos era questão de honra. Em fevereiro, a PF entrou na investigação, em parceria com o Ministério Público do Rio e a Polícia Civil.