Caso Marielle: ex-bombeiro vai a júri popular por atuação no crime
Suel está preso desde julho do ano passado, após delação do ex-PM Élcio Queiroz no caso da morte de Marielle e Anderson
atualizado
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A Justiça do Rio de Janeiro decidiu, nessa segunda-feira (19/8), manter a prisão preventiva do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, além de enviá-lo para júri popular, por participação na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista dela, Anderson Gomes, em março de 2018.
Suel está preso desde julho de 2023, com base na delação premiada do ex-PM Élcio Queiroz.
De acordo com o ex-PM, que confessou ter dirigido o veículo usado no crime, foi o ex-bombeiro quem conseguiu o carro clonado para o crime. Além disso, segundo Queiroz, ele teria atuado no descarte do veículo após a morte das vítimas.
À Folha de S. Paulo a defesa de Suel afirmou que analisaria a sentença antes de se manifestar.
Já o ex-bombeiro negou, durante interrogatório, ter tido contato com o veículo usado no crime. Disse também que não sabia do planejamento para a morte da vereadora, como afirmou Élcio.
Miliciano
O ex-bombeiro foi um dos milicianos que o ex-PM Ronnie Lessa, réu confesso de ser o executor da morte da vereadora e do motorista, eximiu de responsabilidade de crimes em sua delação premiada.
Em sua delação, Lessa afirma que Suel foi o responsável por disponibilizar o veículo usado para a emboscada; no entanto, aponta que não sabia quem seria o alvo.
“Em momento algum ele soube da morte. Ele só soube da morte após o crime, horas depois. Horas não, talvez menos de uma hora depois”, disse ele à Polícia Federal.
Defesa usou depoimento de Lessa sobre morte de Marielle e Anderson
Ainda segundo Lessa, Suel providenciou o carro com placa clonada para a execução de outro crime: a morte da então presidente da escola de samba Salgueiro Regina Céli. Porém, o crime acabou não sendo executado.
A defesa de Suel chegou a usar o depoimento de Lessa para tentar revogar a prisão do ex-bombeiro. Todavia, o pedido foi negado por Kalil.
O ex-PM confirma, porém, o envolvimento de Suel na destruição do carro após o crime.
O ex-bombeiro já foi condenado sob acusação de ter lançado ao mar armas que Lessa mantinha num apartamento.