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Caso Marielle: entenda ponto a ponto como a Justiça aceitou delação premiada de ex-PM

Investigadores encontraram várias coincidências entre delação premiada e outras provas do caso Marielle e Anderson. Ex-bombeiro foi preso

atualizado

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Renan Olaz/CMRJ
Marielle Franco assassinada rio de janeiro
1 de 1 Marielle Franco assassinada rio de janeiro - Foto: Renan Olaz/CMRJ

A investigação sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes ganhou um novo patamar com a delação premiada do ex-PM Élcio Queiroz, que entregou detalhes do crime e a participação de cada pessoa envolvida na execução.

Uma delação é uma espécie de colaboração da pessoa que é investigada, que, em troca, recebe algum benefício. A vantagem que Élcio ganhou está em sigilo e não foi revelada, mas as autoridades garantem que ele continuará preso em regime fechado.

Acontece que existe todo um processo para que uma delação seja aceita pelo Judiciário. No caso de Élcio Queiroz, os investigadores perceberam várias coincidências entre a confissão do crime e outras provas que já existiam no inquérito.

A delação de Élcio confirmou a participação de Ronnie Lessa no crime e houve a inclusão de um novo suspeito, preso nesta segunda-feira (24/7), o ex-bombeiro Maxwell Corrêa. Os nomes de outros suspeitos também foram incluídos na investigação.

Entenda ponto a ponto:

Aplicativo

Os celulares dos suspeitos foram vasculhados pela polícia. Não só os aparelhos em si, mas também os rastros que são deixados na chamada “nuvem”, como quando a pessoa instala um aplicativo, por exemplo.

Em sua confissão, Élcio disse que usou o aplicativo Confide para se comunicar com o ex-PM Ronnie Lessa durante o planejamento do crime. A polícia confirmou que, de fato, ambos instalaram o aplicativo.

O Confide é um sistema de mensagens autodestrutivo, que apaga as mensagens imediatamente após a leitura.

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Maxwell Simões Corrêa, o Suel, foi expulso do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro
Marielle Franco
Marielle era vereadora e defendia direitos humanos
A vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018
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Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, suspeitos de matar Marielle Franco

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Maxwell Simões Corrêa, o Suel, foi expulso do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro

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Marielle Franco

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Marielle era vereadora e defendia direitos humanos

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A vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018

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A vereadora defendia pautas de direitos humanos, defesa da mulher e da comunidade LGBT

Mário Vasconcellos/CMRJ

Mesmo contato

Além disso, os investigadores descobriram que Ronnie Lessa tinha em seu celular o telefone de Macalé, apelido do policial militar Edmilson Oliveira da Silva. O ex-bombeiro Maxwell também tinha esse mesmo contato.

Macalé teria intermediado a relação entre o mandante do crime, ainda não identificado, e os executores. Ele foi morto a tiros em novembro de 2021 na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Enquanto Ronnie e Macalé fizeram mais ligações entre si no período do planejamento do crime, as ligações entre Maxwell e Macalé se intensificaram no pós-crime.

Táxi

Na delação, Élcio narra que depois do assassinato, ele e Ronnie Lessa foram até a casa da mãe do primeiro, no Meier. De lá, o irmão de Lessa, Denis Lessa, pediu um táxi para levá-los até a Barra da Tijuca.

Os investigadores conseguiram confirmar essa viagem através de uma documentação da Cooperativa Táxi, que confirmou que no dia 14 de março, às 21h48, um táxi foi solicitado por uma pessoa chamada Denis Lessa.

Troca de placa

Na delação ainda é narrado que Élcio, Ronnie Lessa e Maxwell se encontraram para trocar a placa do veículo usado no crime. Isso, um dia depois do crime.

Maxwell teria ficado no bairro Rocha Miranda para realizar o descarte do carro com Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, alvo de busca e apreensão nesta segunda. O ex-bombeiro ainda teria ajudado a fazer uma varredura dentro do veículo e teria recolhido cápsulas da arma usada no crime, que caíram no carro.

Os sinais das estações de rádio base (ERBs) confirmaram a ida dos suspeitos até o endereço em que foi feita a troca de placas do carro.

Celular desligado

Quando Ronnie Lessa e Élcio foram presos, em março de 2019, Maxwell ficou um bom tempo sem usar o celular, segundo a delação.

Isso foi confirmado pela polícia. O ex-bombeiro ficou simplesmente dez dias sem sequer mexer no celular, com medo de ser investigado e localizado.

Nem mesmo transmissões de voz e dados foram feitas nesse período pelo aparelho.

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