Caso Marielle: desembargadora contesta depoimento de Rivaldo
Gizelda Teixeira foi citada pelo ex-chefe da Polícia Civil do Rio por, supostamente, ter sido informada que ele perderia o cargo
atualizado
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A desembargadora Gizelda Leitão Teixeira, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), procurou, na quinta-feira (6/6), a Polícia Federal para contestar um trecho do depoimento do delegado Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior. Uma policial civil também fez o mesmo procedimento.
Rivaldo é ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro e foi preso no contexto das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes.
Consta no depoimento que Rivaldo afirmou ter ficado sabendo que dois delegados se dirigiram à desembargadora e que teriam dito a ela que o então ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro perderia o cargo. O fato, disse Rivaldo, foi antes do dia 13 de julho de 2018.
“Que antes do dia 13 de julho de 2018 soube que os delegados Jaime e Galvão foram até a desembargadora Gizelda Leitão e a informaram que o declarante cairia do cargo. Que não se recorda se soube de tal fato pela desembargadora ou pelo general Richard”, diz trecho do depoimento de Rivaldo.
Aos policias federais, a desembargadora afirmou que o único contato que teve com os delegados Jaime e Galvão foi apenas para falar sobre investigações de processos que eram conduzidos por ela.
“(Gizelda) afirma que ambos os delegados não lhe procuraram para falar nada relacionado ao delegado Rivaldo Barbosa”, mencionou a desembargadora, que também negou contato com o general.
Depoimento de Rivaldo
Consta que Rivaldo relatou ter acontecido um almoço entre ele, a policial Marcela Santos de Souza Ribas e uma delegada. O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro disse no depoimento que nesse dia Marcela teria transmitido a ele declarações de um terceiro.
“Eu não te falei na época, mas na época em que o Galvão conversou com o general e foi retirado de lá, ele veio até mim e disse: ‘eu vou fuder com a vida do Rivaldo naquele negócio das empresas'”, teria dito Marcela, conforme Rivaldo afirmou em depoimento.
Rivaldo está preso desde o dia 24 de março. Ele é apontado nas investigações federais como um dos envolvidos na morte de Marielle Franco, ao lado do deputado federal Chiquinho Brazão e do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão. Ambos também estão presos por supostamente serem os mandantes do crime. Em depoimento, Rivaldo disse não conhecer os irmãos.