Caso Marielle: delegado preso pede a Moraes para assistir depoimentos
Réu pelos homicídios de Marielle Franco e Anderson Gomes, o delegado Rivaldo Barbosa quer assistir depoimentos para fazer sua própria defesa
atualizado
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O delegado Rivaldo Barbosa, atualmente preso acusado de participação no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para acompanhar os depoimentos das testemunhas de acusação durante o julgamento do caso.
Rivaldo está detido no Presídio Federal de Brasília, mas pediu para assistir aos depoimentos por videoconferência. Esses depoimentos estão previstos para acontecer entre 12 e 16 de agosto. A requisição para acompanhar as oitivas foi protocolada na noite dessa segunda-feira (5/ 8).
A defesa do delegado, formada pelos advogados Marcelo Ferreira de Souza e Felipe Dalleprane Freire de Mendonça, aponta no pedido a Moraes que o réu tem o direito de estar presente na audiência de testemunhas para ajudar na sua própria defesa.
Além disso, os advogados solicitam que o delegado Rivaldo tenha acesso aos nomes das testemunhas de acusação, para que possa fazer os apontamentos necessários aos defensores, contribuindo para sua defesa durante os questionamentos.
Mentor do crime
De acordo com investigação da Polícia Federal, Rivaldo foi mentor da execução da vereadora. Ele nega o crime e diz que não tem nenhuma relação com os outros denunciados pelos homicídios.
Em 18 de junho, o STF tornou réus os acusados de envolvimento no assassinato de Marielle e Anderson Gomes.
Além do delegado Rivaldo Barbosa, entre os réus estão Domingos Inácio Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro; seu irmão, o deputado federal João Francisco Inácio Brazão; e o policial militar Ronald Paulo de Alves Pereira.
Os irmãos Brazão e Robson Calixto Fonseca, conhecido como “Peixe”, também foram acusados de integrar organização criminosa.
Segundo as investigações, o ex-policial militar Ronnie Lessa foi o atirador que executou diretamente o crime, tendo posteriormente feito uma delação premiada que revelou a participação de outros envolvidos. Já o ex-PM Élcio de Queiroz confessou ser o motorista do veículo utilizado no crime.
Marielle e Anderson foram assassinados a tiros na noite de 14 de março de 2018 na região central do Rio de Janeiro. Um veículo com o atirador aparelhou com o carro em que estava a Marielle e 13 disparos foram efetuados contra ela. Uma assessora que estava do lado da vereadora sobreviveu.