Caso Marielle: arma usada no crime pode ter vindo do Bope
Armas da tropa de elite da Polícia Militar podem estar ligadas a Orlando Curicica, acusado de arquitetar o assassinato da vereadora
atualizado
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Após reconstituição do crime contra a vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes, levantou uma suspeita em direção a um “caveira” do Batalhão de Operações Especiais (Bope), a tropa de elite da Polícia Militar. A Divisão de Homicídios (DH), em decorrência da hipótese, solicitou ao Bope na quarta-feira (16/5), a apresentação de todas as submetralhadoras HK MP-5, para exame de balística. Cerca de 50 submetralhadoras usadas pela polícia serão periciadas. As informações são do The Intercept Brasil.
Na simulação do crime, que ocorreu entre quinta (10/5) e sexta-feira (11/5), descobriu-se ser um atirador de elite o possível responsável pelo assassinato. Quanto à arma, da empresa alemã Heckler & Koch, trata-se de um tipo usado apenas por equipes do alto escalão da Polícia Militar (Bope e Batalhão do Choque), Exército e Polícia Federal.
Em depoimento, a testemunha apontou como cabeças do crime o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o ex-PM Orlando de Oliveira Araújo, conhecido como Orlando Curicica. O policial estava preso em Bangu 9 e foi transferido para Bangu 1, isolado, onde prestou depoimento à equipe da DH. O ex-policial estaria sofrendo ameaças, assim como sua família, depois de ser apontado como um dos responsáveis pela morte de Marielle. O advogado de defesa, Daniel Darlan, disse inclusive que Orlando teria sido vítima de uma tentativa de envenenamento na carceragem.A razão para investigação apenas ao armamento do Bope está relacionada a um dos PM´s, citado por uma testemunha sob proteção da Polícia Civil. Ele recebeu treinamento no Bope e, mesmo após ser transferido para outro batalhão, mantinha vínculo com policiais da unidade de elite.
O vereador Marcello Siciliano e o ex-policial Orlando Araújo negam envolvimento nas mortes de Marielle e Anderson. Em sigilo, a investigação continua. Até o momento, as secretarias de Segurança Pública e de Administração Penitenciária, assim como a Divisão de Homicídios, preferem não se pronunciar.