Suspeitos de matar Marielle Franco viram réus e têm bens bloqueados
A investigação apontou que Ronnie Lessa seria proprietário de diversas armas e dois carros, um deles no valor de R$ 150 mil
atualizado
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A Justiça do Rio de Janeiro recebeu a denúncia contra o sargento da Polícia Militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Queiroz, acusados de matar a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, em 14 de março do ano passado.
Lessa e Queiroz agora são considerados réus e responderão à ação penal por duplo homicídio triplamente qualificado. Ambos foram presos na terça-feira (12), dois dias antes de a execução de Marielle e Anderson completarem um ano.
O juiz Gustavo Kalil, do 4° Tribunal do Júri do Rio, autorizou com urgência e provisoriamente o pedido de transferência dos acusados para uma penitenciária federal de segurança máxima. A unidade ainda será definida pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Além disso, o Kalil determinou o bloqueio de todos os bens móveis e imóveis em nome dos réus, inclusive o limite dos valores requeridos a título de indenização pelo Ministério Público estadual. O pedido diz que a medida é necessária para garantir o ressarcimento dos danos materiais e morais causados aos familiares de Marielle e Anderson.
R$ 100 mil
A investigação apontou que Lessa seria proprietário de diversas armas e dois carros, um deles no valor de R$ 150 mil. Seu local de residência, um condomínio luxuoso na Barra da Tijuca (RJ), onde o presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) também reside, seria incompatível com a renda de policial militar reformado do acusado: ele ganha por volta de R$ 7,4 mil e as despesas de aluguel chegam a R$ 10 mil.
A denúncia informa, ainda, que há relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontando um depósito em dinheiro, na boca do caixa, de R$ 100 mil na conta de Ronnie Lessa no dia 9 de outubro de 2018, sete meses após o duplo homicídio. (Com informações da Justiça do Rio de Janeiro)