metropoles.com

Caso Mariana salta para R$ 230 bi em indenizações para 700 mil vítimas

Empresa BHP Billiton é controladora da Samarco, responsável pelo rompimento da barragem de Mariana (MG), em 2015

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Antonio Cruz/Agência Brasil
Barragem Mariana Bento Rodrigues
1 de 1 Barragem Mariana Bento Rodrigues - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A ação movida na Inglaterra contra a mineradora BHP Billiton — responsável pela barragem que colapsou há 7 anos em Mariana (MG), resultando no maior desastre ambiental em área de mineração do mundo — recebeu 500 mil novos autores. Com isso, o valor estimado das indenizações alcançou US$ 44 bilhões (R$ 230 bilhões).

A informação foi divulgada pelo escritório britânico que representa as vítimas, nesta quarta-feira (15/3). Entre os novos autores em busca de indenizações na Justiça inglesa estão membros de comunidades indígenas e quilombolas.

A BHP, assim como a Vale, é controladora da mineradora Samarco, responsável pela exploração da barragem do Fundão. A estrutura se rompeu em 2015 e matou 19 pessoas, além de inundar um distrito inteiro em Minas Gerais.

O processo tramita na Inglaterra desde 2018, quando o escritório Pogust Goodhead entrou com ação contra a BHP, mineradora anglo-australiana, em nome de 200 mil vítimas. À época, os advogados estimaram a responsabilidade da BHP em R$ 32 bilhões, excluindo juros.

Como resultado do aumento na quantidade de autores, bem como a soma dos juros de 12% ao ano sobre as indenizações devidas por mais de 7 anos, o total das compensações chega a R$ 230 bilhões (US$ 44 bi).

Trâmite na Justiça

Após julgamento no Tribunal de Apelação, em julho de 2022, que garantiu a jurisprudência do caso na Inglaterra, um novo prazo foi aberto para inclusão de clientes ao processo.

O prazo terminou no fim de fevereiro de 2023, e o número total de requerentes saltou para mais de 700 mil, entre eles 46 municípios – agora não apenas de Minas Gerais e Espírito Santo, mas também dos estados do Rio de Janeiro e da Bahia.

Em novembro de 2021, a Justiça britânica chegou a pedir o arquivamento da ação, por considerá-la “abusiva” ao julgar ao mesmo tempo em que ocorriam outros processos no Brasil. No entanto, a defesa dos atingidos recorreu da decisão, alegando que a justiça não está sendo feita em território brasileiro.

A BHP ainda pode apelar à Suprema Corte do Reino Unido, porém, o recurso demanda autorização da Corte, o que costuma ser um processo complicado.

BHP se pronuncia

Em nota, a BHP afirmou que “refuta integralmente” os pedidos formulados pelos autores da ação movida no Reino Unido e “continuará a se defender no caso”. “O processo movido na Inglaterra é desnecessário por duplicar questões já cobertas pelo trabalho contínuo da Fundação Renova e/ou objeto de processos judiciais em andamento no Brasil”, continua o pronunciamento.

“A BHP Brasil segue atuando em estreita colaboração com a Samarco e a Vale para apoiar os programas de reparação e compensação implementados pela Fundação sob a supervisão dos tribunais brasileiros. Até o final do ano de 2022, tais programas custearam cerca de R$ 28,07 bilhões em trabalhos de compensação financeira e reparação. Isso inclui R$ 13,5 bilhões pagos em indenizações e auxílio financeiro emergencial a mais de 410.000 pessoas. Além disso, cerca de 70% dos projetos de reassentamento já foram finalizados”, finaliza a nota.

O desastre

Após a ruptura da barragem, 19 pessoas morreram, 500 mil foram atingidas e 40 milhões de metros cúbicos de minério de ferro acabaram despejados na Bacia Hidrográfica do Rio Doce, entre Minas Gerais e Espírito Santo, chegando até o Oceano Atlântico.

A Barragem de Fundão abrigava cerca de 56,6 milhões de m³ de lama de rejeito. Desse total, 43,7 milhões de m³ vazaram. Os rejeitos atingiram os afluentes e o próprio Rio Doce – matando quase toda a população de peixes –, destruíram distritos e deixaram milhares de ribeirinhos sem água e sem trabalho.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?