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Caso João Pedro: laudo virtual inédito é arma para denunciar policiais

Cena do crime foi reproduzida em 3D e confrontada com depoimentos; tese de choque com bandidos acabou derrubada

atualizado

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Arquivo Pessoal
João Pedro, 14 anos, baleado durante operação policial no Rio de Janeiro
1 de 1 João Pedro, 14 anos, baleado durante operação policial no Rio de Janeiro - Foto: Arquivo Pessoal

Rio de Janeiro – A produção inédita no país de um laudo virtual é uma das armas usadas pelo Ministério Público para denunciar os três policiais civis acusados pela morte do jovem João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, em ação no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, Região Metropolitana, em maio do ano passado.

Em coletiva, na tarde desta quinta-feira (16/12), a diretora da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia, Maria do Carmo Gargaglione, explicou que um scanner, com o auxílio de um tripé, capturou imagens da casa e arredores do local onde os seis jovens estavam, entre eles João, por vários ângulos, com distâncias de 300 a 500 metros.

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No momento, ele brincava com amigos em sua própria casa quando foi atingido em uma operação das polícias Federal e Civil
João Pedro, 14 anos, morto no Rio de Janeiro
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Coletiva dos promotores do MPRJ que denunciaram três policias no caso João Pedro

Foto: Adriana Cruz/Metrópoles
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No momento, ele brincava com amigos em sua própria casa quando foi atingido em uma operação das polícias Federal e Civil

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João Pedro, 14 anos, morto no Rio de Janeiro

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“Com um óculos 3D, vimos todas as imagens e confrontamos com cada depoimento. Assim, foi possível ver todas as posições, de cada um na cena do crime, e ‘caminhar’ pelo local. Foi uma verdadeira reconstituição do caso em ambiente virtual”, explicou.

Para o promotor Paulo Roberto Mello Júnior, um dos responsáveis pela denúncia contra os policiais Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando Brito por homicídio duplamente qualificado e fraude processual, a tecnologia permitiu derrubar a versão dos policiais de que houve confronto com bandidos.

“Os disparos foram produzidos sem que houvesse nenhuma resistência armada das pessoas. Com o uso da tecnologia, existiu a certeza de que os disparos não se justificaram”, afirmou Paulo Roberto Mello Júnior. De acordo com a perícia, foram identificadas 70 marcas de tiros. 

De acordo com o promotor, advogados e juiz do caso vão ter acesso ao laudo virtual através de um link e poderão analisar todos os dados na cena do crime virtual através dos óculos 3D. O MP pediu ainda à Justiça o afastamento dos agentes de suas funções na Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), unidade de elite da Polícia Civil.

Paulo Roberto Mello Júnior anunciou que as investigações sobre fraude processual no local vão continuar. Segundo as investigações, agentes forjaram marcas de tiros no portão da garagem da residência, colocaram uma pistola calibre 9 milímetros em uma escada junto ao muro dos fundos da casa e espalharam explosivos no local.

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