Caso João Beto: lojas do Carrefour ficarão fechadas até as 14h nesta quinta
Unidade onde homem negro foi morto não abrirá as portas. Colaboradores participarão de ações de conscientização no período
atualizado
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A unidade do Carrefour Porto Alegre Passo D’Areia permanecerá fechada nesta quinta-feira (26/11) em “respeito ao luto da família de João Alberto e à sociedade brasileira”. As demais lojas só abrirão às 14h.
O Carrefour informou que todos os colaboradores participarão de ações de conscientização antirracista e tolerância zero a qualquer discriminação.
Além disso, todo o dinheiro das vendas de quinta e sexta-feira (27/11) será somado às vendas do Dia da Consciência Negra e destinado ao Fundo de Combate ao Racismo e Promoção da Diversidade criado pelo Carrefour, que já tem aporte inicial de R$ 25 milhões.
A rede de mercados também destaca que criou um Comitê Externo de Livre Expressão sobre Diversidade e Inclusão, formado por reconhecidas autoridades no assunto, para auxiliar o Carrefour em diretrizes e ações contra o racismo e racismo estrutural existente no Brasil.
O Carrefour garante que o comitê vai estabelecer regras mais rigorosas de recrutamento e treinamento regular do time de vigilância, terá tolerância zero ao racismo, desenvolverá ações estruturantes e regulares de educação para os direitos humanos e apoiará instituições de ensino no país que se empenham na formação de jovens negros e negras.
“Sabemos que nada trará a vida de João Alberto de volta, mas não vamos medir esforços para que a transformação necessária aconteça. Esse é só o começo de uma mudança profunda e necessária”, informou a rede Carrefour.
Morte em unidade do Carrefour
Em Porto Alegre (RS), um homem identificado como João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado por seguranças do supermercado Carrefour, no bairro Passo D’Areia, na zona norte da cidade, no último dia 19. De acordo com informações de testemunhas, a vítima teria discutido com os agressores, que foram presos em flagrante.
Um dos detidos é policial militar temporário — ele prestava serviço no local e foi levado a um presídio da corporação. O outro é segurança do Carrefour e está em uma unidade da Polícia Civil. Eles foram autuados por homicídio qualificado.
Os dois funcionários teriam posto João Alberto Silveira Freitas para fora da loja. A partir de então, as versões do fato são divergentes.
Segundo afirma a Brigada Militar, a vítima passou a brigar com os seguranças por não aceitar ser retirada do local. Testemunhas que estavam no supermercado relatam que o homem foi seguido pelos dois seguranças dentro do estabelecimento e agredido na saída.