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Caso Henry: MP faz nova perícia em apartamento onde menino foi morto

Pela segunda vez, após mais de um ano, MP decide fazer uma nova perícia em imagens 3D no apartamento onde Monique e Dr Jairinho moravam

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Monique e Jairinho em julgamento sobre morte de Henry Borel
1 de 1 Monique e Jairinho em julgamento sobre morte de Henry Borel - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

Rio de Janeiro – O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) realizou uma nova perícia no apartamento onde moravam a professora Monique Medeiros e o ex-vereador, Jairo Souza Santos Junior, o Dr Jairinho. Eles são, respectivamente, mãe e padrasto de Henry Borel, de 4 anos, e são acusados da morte dele, ocorrida em 8 de março de 2021.

Na manhã desta quarta-feira (27/4), cinco peritos do MP foram até o condomínio Majestic, no Cidade Jardim, na Barra da Tijuca,  Zona Oeste do Rio, para medir o local com o objetivo de realizar uma perícia 3D através de um software de realidade virtual.

“Essa perícia é feita com equipamento tridimensional para ficar melhor para os jurados visualizarem a cena do crime. Assim que a perícia ficar pronta, vou juntá-la ao processo”, disse ao Metrópoles o promotor Fábio Vieira.

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Em 8 de março do ano passado, Henry Borel, filho de Monique, foi levado ao hospital na Barra da Tijuca (RJ) com diversas lesões graves pelo corpo. Na época, o então casal disse à polícia que ele tinha sofrido um acidente doméstico
O acidente, no entanto, foi descartado como causa da morte após perícia do Instituto Médico Legal (IML) constatar que o menino teve hemorragia interna e uma laceração no fígado causada por uma ação contundente
O laudo de reprodução simulada, produzido pela perícia da Polícia Civil, aponta que Henry sofreu 23 lesões externas provocadas por ações violentas no dia da morte
Monique afirmou à polícia acreditar que o filho tinha caído da cama. No relato, ela disse ter acordado por volta de 3h30 e, ao dirigir-se ao quarto, encontrou o filho desmaiado na cama. Jairinho alegou ter visto a queda do menino
A versão foi descartada e o caso passou a ser investigado como tortura. Segundo a polícia, Jairinho dava chutes e golpes na cabeça do menino e Monique sabia das agressões desde fevereiro
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Arquivo Pessoal
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Em 8 de março do ano passado, Henry Borel, filho de Monique, foi levado ao hospital na Barra da Tijuca (RJ) com diversas lesões graves pelo corpo. Na época, o então casal disse à polícia que ele tinha sofrido um acidente doméstico

Reprodução
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O acidente, no entanto, foi descartado como causa da morte após perícia do Instituto Médico Legal (IML) constatar que o menino teve hemorragia interna e uma laceração no fígado causada por uma ação contundente

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O laudo de reprodução simulada, produzido pela perícia da Polícia Civil, aponta que Henry sofreu 23 lesões externas provocadas por ações violentas no dia da morte

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Monique afirmou à polícia acreditar que o filho tinha caído da cama. No relato, ela disse ter acordado por volta de 3h30 e, ao dirigir-se ao quarto, encontrou o filho desmaiado na cama. Jairinho alegou ter visto a queda do menino

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A versão foi descartada e o caso passou a ser investigado como tortura. Segundo a polícia, Jairinho dava chutes e golpes na cabeça do menino e Monique sabia das agressões desde fevereiro

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Semanas antes do crime ocorrer, a babá que cuidava de Henry alertou Monique, por mensagem, sobre um episódio em que Jairinho se trancou no quarto do casal com o menino, que depois deixou cômodo alegando dores e mancando

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Um mês após a morte de Henry, Monique Medeiros e o padrasto foram presos no Rio de Janeiro por atrapalharem as investigações. Segundo a polícia, eles estariam ameaçando testemunhas para combinar versões

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A polícia também afirma que eles teriam apagado mensagens de WhatsApp em uma tentativa de obstruir as investigações. Os aparelhos, no entanto, foram desbloqueados e mensagens de texto e imagens, recuperadas.

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Depois do caso vir à tona, uma ex-namorada de Jairinho contou à polícia que durante o relacionamento com o vereador, ele agrediu a filha dela, que na época tinha 4 anos

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Em carta escrita na cadeia, a mãe de Henry afirmou ter sido manipulada, ameaçada e agredida por Jairinho durante o relacionamento. Segundo ela, o ex-namorado a medicava com ansiolíticos e chegou a flagrá-lo colocando remédio em sua bebida

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Jairinho e Monique são acusados pela morte do menino

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Em depoimento de oito horas, Monique fez novas revelações, como a postura agressiva e controladora de Jairinho no relacionamento e a dificuldade de Henry para lidar com o divórcio dela e de Leniel Borel, pai da criança

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Ao depor, a mãe do menino afirmou ter sido treinada pelo ex-advogado de Dr. Jairinho, André França Barreto, para mentir à polícia sobre a morte do filho

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Após a audiência de instrução, o caso aguarda para ser julgado pela Justiça. Jairinho e Monique são réus por tortura, homicídio triplamente qualificado, além de fraude processual, coação no curso do processo e falsidade ideológica

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Realidade virtual

A tecnologia usada pela perícia 3D permite escanear o local para recriar a cena da madrugada do dia 8 de março e juntar com os depoimentos colhidos de Monique e Jairo.

“Nessa perícia eles mediram os cômodos da casa e agora vão recriar as cenas no laboratório, com base na versão dos acusados, para que a gente consiga montar o cenário”, explicou o promotor.

A Polícia Civil realizou em março do ano passado uma perícia no apartamento onde os três moravam. O apartamento foi interditado e os agentes buscaram vestígios em paredes, chão, roupas de camas e móveis, que possam explicar a morte do garoto.

Os agentes usaram também um boneco com as mesmas características da criança, como peso e altura. Peritos representaram a presença da mãe e do padrasto do menino na encenação, já que eles não compareceram para colaborar com as investigações.

Peritos no júri

O próximo passo no tribunal é que os peritos da Polícia Civil que assinaram os laudos sobre a morte do menino sejam ouvidos no 2º Tribunal do Júri. Ainda sem data marcada, a previsão é que isso aconteça dentro de um ou dois meses.

A defesa do médico e vereador cassado, mais conhecido como Dr Jairinho, conseguiu que também preste depoimento no caso o legista Sami El Jund. Ele atuou na defesa de Elize Matsunaga, condenada por matar e esquartejar seu ex-marido, Marcos Matsunaga, em maio de 2012, na cidade de São Paulo.

Assim que os peritos forem ouvidos, está previsto que Jairinho conte a sua versão dos fatos a juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal do Rio.

Jairinho e Monique são acusados de homicídio duplamente qualificado pela morte da criança. O laudo identificou 23 lesões pelo corpo do menino.

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