Caso Henry: mensagens no celular da babá mostram “rotina de violência”
Segundo investigações, na véspera da morte, o menino não deixou mãe lavar a cabeça dele, porque estava doendo
atualizado
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Rio de Janeiro – A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou, na tarde desta quinta-feira (8/4), que a babá do menino Henry Borel Medeiros, 4 anos, Thayná de Oliveira Ferreira, foi peça fundamental para a investigação da morte da criança, sobretudo para descartar a hipótese de acidente doméstico do caso.
“Surgiu fato de agressões pretéritas. Achamos oportuno fazer a busca e apreensão. Em um dos laudos do telefone da mãe, encontramos prints de conversa de 12 de fevereiro. É uma conversa da mãe e babá relatando uma rotina de violência. A babá fala que Henry relatou que levou uma banda do padrasto. A mãe tinha obrigação legal de afastar o menino do padrasto”, afirmou o delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), em coletiva de imprensa.
Segundo o delegado, a mãe protegeu o assassino do filho e concordou com o resultado. “Ela ficou firme do lado dele. O Henry ficou mancando. Na hora do banho, o Henry não deixou lavar a cabeça, porque estava doendo. A família harmoniosa era uma farsa”, continuou.
Damasceno explica que a apuração do caso começou como um acidente doméstico e, 30 dias depois, as evidências apontaram para tortura e homicídio qualificado, com o indiciamento da mãe da vítima, professora Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, e do namorado dela, vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade). Mesmo com o indiciamento, o caso segue em apuração.
“Essa ocorrência foi comunicada como acidente doméstico. Com a vinda do laudo cadavérico, havia múltiplas lesões, o que demandava inúmeras diligências e o máximo de provas. Depois, tive os depoimentos da mãe e padrasto, longos, com máximo de detalhes. Ali ficou claro que o Henry foi entregue pelo pai, vomitou e não apresentava qualquer lesão ou queixa”, completou o delegado.
Ainda segundo Damasceno, havia “uma foto de antes em que ele dormia, ele sorria”. “Ele chegou morto ao hospital. Estavam com ele a mãe e o padrasto. Os depoimentos eram de que a família era harmoniosa”, disse.
O responsável pela investigação afirmou que a babá mentiu. “O depoimento dela foi longo, ela disse que a relação era harmoniosa. As circunstâncias serão investigadas. Ela pode ser indiciada por falso testemunho”, finalizou.