Caso Henry: “Mamãe não é boa, mamãe é má”, disse o menino, segundo o pai
Pai e mãe da criança, Leniel e Monique ficaram frente a frente em audiência da morte de Henry, no 2º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro
atualizado
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Rio de Janeiro – Frente a frente com Monique Medeiros na primeira audiência do caso Henry Borel no 2º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, o pai da criança, Leniel Borel, relembrou o dia anterior à morte do filho, quando deixou o menino com a mãe, no dia 7 de março, às 19h30.
Emocionado, ele contou que Henry não queria ficar na casa de Monique, onde ela morava com o ex-vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho. Os dois estão presos desde 8/4, acusados da morte da criança.
“Não dei o último dia para o meu filho. Ele disse: papai não quero ir. Quando o Henry se desesperou ao ver a Monique chegar, eu disse ‘vai com a mamãe’. Henry disse: ‘Não. Mamãe não é boa, mamãe é má'”, disse Leniel, o quarto ouvido na audiência desta terça-feira (6/10).
Durante o depoimento de Leniel, ele e Monique choraram intensamente após o engenheiro relembrar um vídeo que gravou com o filho dois dias antes do crime. Na gravação, Henry cantava uma música católica.
Ao responder às perguntas do promotor Fábio Vieira, Leniel relatou mais animosidade na relação. “Ela não me deixou ficar com o Henry no Carnaval. E uma semana antes falou que o Henry caiu da cama. A gente sabe que ela mentiu e levou o Henry no hospital”, afirmou o pai do garoto, referindo-se ao fato de o filho ter sido socorrido por estar mancando em razões das agressões praticadas por Jairinho.
Durante a audiência, Monique chorou no depoimento do delegado Edson Henrique Damasceno, quando ele lembrou as acusações contra ela. A todo momento, a mãe de Henry fez anotações em folhas de papel. Leniel relatou que soube que Monique tinha um novo amor, em referência a Jairinho, antes da separação.
Jairinho e Monique respondem por tortura e homicídio triplamente qualificado com emprego de tortura. Uma testemunha-chave no processo é a babá de Henry, Thayna Oliveira, que confessou que Monique sabia das agressões que o menino sofria do padrasto. Antes não localizada, ela foi à audiência para depor.
O menino colocava em desenhos o que sofria em casa. As imagens foram mostradas para uma psicóloga que o acompanhava, que chegou a conversar com Monique sobre o assunto.