Caso Henry: Jairinho pede acesso a documentos durante julgamento
Acusado de matar Henry Borel, de 4 anos, o ex-vereador do Rio afirmou que não agrediu a criança, que foi morta em março de 2021
atualizado
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Rio de Janeiro – O ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, acusado de matar o menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, utilizou o seu depoimento na audiência de instrução, na manhã desta quarta-feira (9/2), para pedir acesso a documentos do caso.
Primeiro a depor no julgamento pela morte da criança, Jairinho solicitou que os peritos fossem ouvidos e voltou a afirmar que “nunca encostou o dedo em Henry”.
“Tenho assistido tudo. Peço desde o primeiro momento que ouçam os peritos. Sempre tive dúvidas. Juro por Deus que nunca encostei o dedo em um fio de cabelo do Henry. Eu queria, para minha autodefesa, diligências que não foram feitas. Preciso de imagens do IML, do exame toxicológico, imagens do hospital, do raio-X e das três folhas que foram retiradas do prontuário”, afirmou Jairinho.
Acompanhe o julgamento:
Como Jairinho afirmou que iria falar somente quando sua defesa tivesse esses documentos solicitados em mãos, a juíza Elizabeth Machado Louro encerrou o depoimento após 10 minutos.
Imprensa vetada
A defesa do acusado vetou a imprensa de filmar e gravar em áudio seu interrogatório no 2º Tribunal do Júri, no centro do Rio de Janeiro. O pedido da defesa do ex-vereador foi acatado pela magistrada.
Antes mesmo de começar a quarta audiência de instrução do caso, os advogados de Jairinho pediram à magistrada para que não fosse permitido que os jornalistas fizessem imagens de vídeo, fotos e nem gravassem áudio.
Outra exigência da defesa era que não fosse autorizado o uso de celulares e de computadores pelos jornalistas enquanto o acusado falasse na audiência.
A advogada Flávia Froés, que tinha sido contratada pela família de Jairo para investigação defensiva, assume oficialmente hoje os autos do processo. Froés acusa o perito oficial por descartar provas do crime.
“As provas estão sendo destruídas. Ele não tirou fotos suficientes do corpo que apontem as lesões. Isso que está sendo objeto de discussão, a gente quer que ele seja ouvido para explicar por que que ele jogou esse fora. Isso foi informado por ele nos autos”, aponta.
Próximos passos
A partir deste julgamento, o próximo passo será para alegações finais da defesa e da acusação, a juíza pode ou não aceitar. Depois, a Elizabeth Louro, juíza do 2º Tribunal do Júri, vai dar sentença de pronúncia, se vai caso vai ou não para júri popular, esta etapa ainda sem previsão.
Até o momento, 25 pessoas foram ouvidas, 14 de defesa e 11 de acusação. Jairinho e a ex-namorada e mãe de Henry, Monique Medeiros, são acusados de matar o menino no dia 8 de março de 2021. Eles foram presos um mês após o crime e serão os últimos a depor no julgamento que começou em outubro de 2021.