Caso Henry: fotos de Jairinho com colegas não sensibilizam vereadores
Entre as 11 imagens anexadas pela defesa, entre elas com Carlos Bolsonaro e presidente da Casa, há imagem com Henry e Monique Medeiro
atualizado
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Rio de Janeiro – Para tentar demover o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Vereadores de votar pela cassação, a defesa do médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior (sem partido) anexou fotos dele com parlamentares, entre eles o presidente da Casa, Carlo Caiado (Democratas), e Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A estratégia do advogado Berilo Martins da Silva Netto não surtiu efeito: o Conselho de Ética votou por unanimidade pela cassação do vereador nesta segunda-feira (28/6). Agora, o processo será votado pelo plenário na quarta-feira (30/6) e Jairinho pode vir a ser primeiro vereador cassado na história do parlamento carioca.
Há ainda uma foto do vereador com o menino Henry Borel, 4 anos, e da mãe Monique Medeiros, com quem Jairinho morava. No documento de 38 páginas, Jairinho é tratado como “pai carinhoso, presente e amado pelos filhos e por todos os membros da família, quiçá por Henry”.
Jairinho, padrasto de Henry, e Monique foram denunciados pelo Ministério Público por tortura e homicídio duplamente qualificado com emprego de tortura pela morte do menino. O casal alegou acidente doméstico, mas o laudo apontou 23 lesões por agressão.
Para Jairinho perder o mandato são necessários 34 votos dos 51 vereadores. “Das 38 páginas, sete são dedicadas à vida pessoal e política do vereador, o que não está em questão”, afirmou o vereador Chico Alencar (PSol), em coletiva de imprensa.
Em um desabafo, Leniel Borel, pai de Henry, depois da decisão do Conselho de Ética, foi taxativo: “Amém. Descobrimos que o vereador era um psicopata. Espero que seja cassado”. Leniel é assistente de acusação no processo que tramita na Justiça.
Caso Henry
O menino Henry Borel foi levado morto por Jairinho e Monique no dia 8 de março para o hospital Barra D’or, na zona oeste. Laudo do Instituto Médico Legal apontou no corpo do menino as agressões.
Durante as investigações do caso, a babá do garoto, Thayna Oliveira revelou que Monique sabia que Jairinho era violento com o menino. Presos, padrasto e mãe vão a júri popular.
Leia a íntegra da defesa de Jairinho apresentada no Conselho de Ética:
Defesa Vereador Dr. Jairinho by Grasielle Castro on Scribd