Caso Henry: defesa veta áudio e câmeras em depoimento de Jairinho
Juíza acatou pedido do ex-vereador, que é o primeiro a depor na audiência sobre a morte do menino. Monique Medeiros falará em seguida
atualizado
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Rio de Janeiro – Primeiro a depor no julgamento pela morte de Henry Borel Medeiros, de 4 anos, Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, vetou a imprensa de filmar e gravar em áudio seu interrogatório no 2º Tribunal do Júri, no centro do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (9/2). O pedido da defesa do ex-vereador foi acatado pela juíza Elizabeth Machado Louro.
Antes mesmo de começar a quarta audiência de instrução do caso, os advogados de Jairinho pediram à magistrada para que não fosse permitido que os jornalistas fizessem imagens de vídeo, fotos e nem gravassem áudio. Também não foi autorizado o uso de celular e computador enquanto o acusado falar.
Acompanhe o julgamento:
Jairinho e a ex-namorada e mãe de Henry, Monique Medeiros, são acusados de matar o menino no dia 8 de março de 2021. Eles foram presos um mês após o crime e serão os últimos a depor no julgamento que começou em outubro de 2021.
Segundo Lúcio Adolfo, que integra a defesa do médico e ex-vereador, não houve orientação para o julgamento de hoje. Ele era advogado do goleiro Bruno Fernandes, condenado a 22 anos e três meses por matar Eliza Samudio.
“É um dia importante do processo, Jairo e Monique serão ouvidos. Não temos pretensão de demora, não queremos que isso se estenda mais”, afirma Adolfo.
Os advogados Telmo Bernardo, Eric de Sá Trotte e Bruno Albernaz também entram na defesa de Jairo. Já a advogada Flávia Froés, que tinha sido contratada pela família de Jairo para investigação defensiva, também assumiu oficialmente hoje os autos do processo.
A defensora acusa o perito oficial por descartar provas do crime.
“As provas estão sendo destruídas. Ele não tirou fotos suficientes do corpo que apontem as lesões. Isso que está sendo objeto de discussão, a gente quer que ele seja ouvido para explicar por que que ele jogou esse fora. Isso foi informado por ele nos autos”, aponta.
Próximos passos
A partir deste julgamento, o próximo passo será para alegações finais da defesa e da acusação, a juíza pode ou não aceitar. Depois, a Elizabeth Louro, juíza do 2º Tribunal do Júri, vai dar sentença de pronúncia, se vai caso vai ou não para júri popular, esta etapa ainda sem previsão.
Até o momento, 25 pessoas foram ouvidas, 14 de defesa e 11 de acusação. Jairinho e a ex-namorada e mãe de Henry, Monique Medeiros, são acusados de matar o menino no dia 8 de março de 2021. Eles foram presos um mês após o crime e serão os últimos a depor no julgamento que começou em outubro de 2021.
Entenda o caso
De acordo com a denúncia, Henry Borel foi vítima de torturas realizadas por Dr. Jairinho, no apartamento em que residia com o casal, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense.
A audiência de instrução e julgamento começou no dia 6 de outubro do ano passado. Na data, 10 testemunhas de acusação foram ouvidas, entre elas o pai do menino, o engenheiro Leniel Borel, que foi casado com Monique.
Na segunda audiência, em 14 de dezembro, foi ouvida a última testemunha de acusação e, em seguida, as testemunhas de defesa do Dr. Jairinho. No dia seguinte, 15/12, prestaram depoimento as testemunhas arroladas pela defesa de Monique Medeiros.
Depois do depoimento do ex-casal, o próximo passo do processo serão apresentadas as alegações finais da acusação e da defesa. A fase seguinte será o julgamento pelo júri popular. Caso a juíza entenda que não houve intenção de matar, o caso será redistribuído.