Caso Henry: Defesa pede à Justiça a liberdade de ex-vereador Jairinho
Advogados alegam que a prisão foi baseada em clamor da mídia, questionam provas e criticam Monique, mãe do menino, que também está presa
atualizado
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Rio de Janeiro – Os advogados do médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho, pediram a revogação da prisão dele no processo em que é acusado da morte do menino Henry Borel, de 4 anos. Na semana passada, o político se tornou o primeiro parlamentar cassado na história da Câmara de Vereadores do Rio.
Jairinho e a mãe do garoto, a professora Monique Medeiros, respondem presos pelo crime. O menino foi levado pelo então casal para o hospital Barra D’Or no último dia 8 de março.
Na resposta à acusação, a defesa de Jairinho apresentou uma imagem do circuito interno do condomínio onde o padrasto, que morava com Monique e Henry, teria tentado reanimá-lo, antes do socorro ao hospital.
À época, em depoimento, na 16ª DP (Barra da Tijuca), Jairinho negou ter feito qualquer procedimento por não exercer, de fato, a medicina. A defesa dele também tenta desqualificar Monique, classificada como ambiciosa e vaidosa.
Os advogados alegam que a carta escrita por ela sobre o caso, na qual Jairinho é tratado como “psicopata”, contém “falsa lamúrias” e “arrependimentos”.
A defesa pediu ainda à Justiça a inclusão de imagens de câmeras do trajeto ao hospital, do Barra D’Or e do Instituto Médico Legal. Os advogados alegam que as provas colhidas nos telefones devem ser retiradas do processos por estarem fora de contexto.
Em abril, quando ainda estavam juntos, Monique e Jairinho tiveram o pedido de liberdade negado pela Justiça. O ex-parlamentar também responde por tortura contra duas crianças, filhas de ex-namoradas.
Caso Henry
O menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, morreu no dia 8 de março após dar entrada no Hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Inicialmente, Jairinho e Monique afirmaram que a criança havia caído da cama e sido encontrada já desacordada no chão do quarto.
No entanto, laudos revelaram que o menino morreu por agressões que causaram 23 lesões. O documento apontou que foram aplicadas “diversas ações contundentes e diversos graus de energia”. As lesões intra-abdominais foram de alta energia, decorrentes de um impacto mais forte.