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Caso Henry: defesa de Jairinho aposta em perito de Elize Matsunaga

Perito de Elize Matsunaga vai tentar provar que menino Henry não chegou morto ao hospital, como mostrou investigação da Polícia Civil do Rio

atualizado

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Fotografia colorida de Dr. Jairinho
1 de 1 Fotografia colorida de Dr. Jairinho - Foto: Divulgação

Rio de Janeiro – Um raio-X do tórax do menino Henry Borel, de 4 anos, anexado esta semana ao processo sobre a morte do menino, é tratado como peça fundamental pela defesa do médico e vereador cassado Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho, na tentativa de anular provas da acusação. A promotoria, no entanto, contesta essa versão e mantém o argumento de que Jairinho e a mãe de Henry, Monique Medeiros, que estão presos, são responsáveis pelo assassinato da criança.

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A análise de laudos virou a principal estratégia da defesa que trouxe para seu time de legistas o perito e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Sami El Jund, que atuou na defesa de Elize Matsunaga, condenada por matar e esquartejar seu ex-marido, Marcos Matsunaga, em maio de 2012, na cidade de São Paulo.

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Em 8 de março do ano passado, Henry Borel, filho de Monique, foi levado ao hospital na Barra da Tijuca (RJ) com diversas lesões graves pelo corpo. Na época, o então casal disse à polícia que ele tinha sofrido um acidente doméstico
O acidente, no entanto, foi descartado como causa da morte após perícia do Instituto Médico Legal (IML) constatar que o menino teve hemorragia interna e uma laceração no fígado causada por uma ação contundente
O laudo de reprodução simulada, produzido pela perícia da Polícia Civil, aponta que Henry sofreu 23 lesões externas provocadas por ações violentas no dia da morte
Monique afirmou à polícia acreditar que o filho tinha caído da cama. No relato, ela disse ter acordado por volta de 3h30 e, ao dirigir-se ao quarto, encontrou o filho desmaiado na cama. Jairinho alegou ter visto a queda do menino
A versão foi descartada e o caso passou a ser investigado como tortura. Segundo a polícia, Jairinho dava chutes e golpes na cabeça do menino e Monique sabia das agressões desde fevereiro
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Em 8 de março do ano passado, Henry Borel, filho de Monique, foi levado ao hospital na Barra da Tijuca (RJ) com diversas lesões graves pelo corpo. Na época, o então casal disse à polícia que ele tinha sofrido um acidente doméstico

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O acidente, no entanto, foi descartado como causa da morte após perícia do Instituto Médico Legal (IML) constatar que o menino teve hemorragia interna e uma laceração no fígado causada por uma ação contundente

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O laudo de reprodução simulada, produzido pela perícia da Polícia Civil, aponta que Henry sofreu 23 lesões externas provocadas por ações violentas no dia da morte

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Monique afirmou à polícia acreditar que o filho tinha caído da cama. No relato, ela disse ter acordado por volta de 3h30 e, ao dirigir-se ao quarto, encontrou o filho desmaiado na cama. Jairinho alegou ter visto a queda do menino

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A versão foi descartada e o caso passou a ser investigado como tortura. Segundo a polícia, Jairinho dava chutes e golpes na cabeça do menino e Monique sabia das agressões desde fevereiro

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Semanas antes do crime ocorrer, a babá que cuidava de Henry alertou Monique, por mensagem, sobre um episódio em que Jairinho se trancou no quarto do casal com o menino, que depois deixou cômodo alegando dores e mancando

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Um mês após a morte de Henry, Monique Medeiros e o padrasto foram presos no Rio de Janeiro por atrapalharem as investigações. Segundo a polícia, eles estariam ameaçando testemunhas para combinar versões

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A polícia também afirma que eles teriam apagado mensagens de WhatsApp em uma tentativa de obstruir as investigações. Os aparelhos, no entanto, foram desbloqueados e mensagens de texto e imagens, recuperadas.

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Depois do caso vir à tona, uma ex-namorada de Jairinho contou à polícia que durante o relacionamento com o vereador, ele agrediu a filha dela, que na época tinha 4 anos

Agência Brasil
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Em carta escrita na cadeia, a mãe de Henry afirmou ter sido manipulada, ameaçada e agredida por Jairinho durante o relacionamento. Segundo ela, o ex-namorado a medicava com ansiolíticos e chegou a flagrá-lo colocando remédio em sua bebida

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Jairinho e Monique são acusados pela morte do menino

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Em depoimento de oito horas, Monique fez novas revelações, como a postura agressiva e controladora de Jairinho no relacionamento e a dificuldade de Henry para lidar com o divórcio dela e de Leniel Borel, pai da criança

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Ao depor, a mãe do menino afirmou ter sido treinada pelo ex-advogado de Dr. Jairinho, André França Barreto, para mentir à polícia sobre a morte do filho

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Após a audiência de instrução, o caso aguarda para ser julgado pela Justiça. Jairinho e Monique são réus por tortura, homicídio triplamente qualificado, além de fraude processual, coação no curso do processo e falsidade ideológica

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Elize chegou a ser condenada a mais de 19 anos pela Justiça paulista, mas Jund orgulha-se de ter reduzido a punição ao desclassificar a qualificadora de “meio cruel” pelo esquartejamento do corpo da vítima. Marcos Matsunaga  já estava morto no momento da ação da mulher contra o marido.

No caso Henry, Jund aposta no novo exame adicionado ao processo. “O raio-x mostra que o pulmão dele  foi perfurado e o tórax passou por drenagem para a retirada do ar no hospital. O atendimento durou mais de 60 minutos em um cadáver? O menino estava vivo!”, alegou Jund ao Metrópoles.

Segundo a investigação conduzida pela 16ª DP (Barra da Tijuca), Henry chegou morto à unidade. A defesa de Jairinho quer pleitear uma acareação com a presença de Jund e dos peritos da Polícia Civil, sendo o principal deles, o legista Leonardo Huber Taiul. O pedido será julgado pela 7ª Câmara Criminal no próximo dia 22/3.

“O perito da polícia não viu perfuração no pulmão e nem a drenagem do tórax. E mais: das 23 lesões encontradas no corpo do menino que seriam marcas de violência, cinco seriam por causa das intervenções médicas. O hospital ainda não enviou todos os documentos do prontuário do garoto”, disse Jund.

Cortina de fumaça da defesa

Jund não descarta a hipótese de pedir a exumação do corpo de Henry para tirar dúvidas que, segundo ele, pairam sobre os laudos. Procurados, o hospital Barra D’dor e a Polícia Civil ainda não se pronunciaram. Monique e Jairinho respondem por tortura e homicídio triplamente qualificado com o emprego de tortura.

Para o promotor do caso, Fábio Vieira, a tese sinalizada pela defesa de Jairinho não é compatível com as provas. E acrescenta que o garoto chegou morto ao hospital. “Mais uma vez, a defesa faz o que tem feito, a qualquer custo: jogar cortina de fumaça no que está claro, o garoto chegou morto à unidade”, afirmou. Vieira é contra os peritos ficarem cara a cara. “Peritos falam nos autos”, defendeu Fábio Vieira, do Ministério Público do Estado do Rio.

Pedidos indeferidos

A defesa de Jairinho também quer que a juíza do 2º Tribunal do Júri, Elizabeth Louro, saía do processo. Os advogados alegam que a magistrada é parcial. No pedido encaminhado à própria magistrada pelo advogado Claudio Dalledone Júnior, ela negou.

Elizabeth rechaçou as acusações de parcialidade como a de que cita a presença da juíza no lançamento do livro “Caso Henry — Morte Anunciada”, de autoria da jornalista Paolla Serra, no ano passado no Rio.

“A presença da juíza é incompatível com a imparcialidade e a independência que se esperam de quem deverá julgar”, diz trecho de documento sustentado por Dalledone.

A magistrada rebate todas as acusações sob o argumento de que “em nenhum momento, manifestei publicamente qualquer impressão minha a respeito da autoria de qualquer dos réus”. E emenda: “Só compareci à livraria para seu lançamento depois de lê-lo integralmente e de me certificar de que nada havia em seu conteúdo capaz de comprometer minha imparcialidade”.

A juíza também não atendeu o pedido da defesa de Jairinho, que também apontou parcialidade na ação de dois peritos da Polícia Civil, entre eles, Leonardo Huber Taiul. Todos os pedidos de parcialidade serão julgados pela 7ª Câmara Criminal.

Caso Henry

O menino Henry Borel foi assassinado em 8 de março do ano passado. Então padrasto de Henry, Jairinho, e a mãe do menino, Monique, foram presos em abril do ano passado. Monique nega participação no crime. Para eles irem ou não a júri popular ainda falta o interrogatório de Jairinho, sem data marcada.

“Vamos lutar para que Jairinho só seja ouvido depois que os peritos ficarem frente à frente. Nem que tenhamos que levar a questão ao Supremo Tribunal Federal (STF)”, afirma Flávia Fróes, defensora de Jairinho.

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