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Caso Henry: Barra D’or reafirma que menino já chegou morto ao hospital

Documento rebate defesa de Jairinho, que alega que a morte do menino foi causada devido às manobras feitas durante o atendimento

atualizado

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Arquivo Pessoal
Fotografia colorida de Henry
1 de 1 Fotografia colorida de Henry - Foto: Arquivo Pessoal

Rio de Janeiro- Em um documento enviado ao Tribunal de Justiça, o Hospital Barra D’or reafirmou que Henry Borel chegou morto à unidade de saúde no dia 8 de março de 2021, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Mãe, Monique Medeiros, e padrasto, o ex-vereador Jairinho, são acusados pela morte do menino.

A defesa de Jairinho diz que a morte de Henry foi causada devido às manobras feitas durante o atendimento no hospital Barra D’or. O documento enviado à Justiça nega as acusações.

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Em 8 de março do ano passado, Henry Borel, filho de Monique, foi levado ao hospital na Barra da Tijuca (RJ) com diversas lesões graves pelo corpo. Na época, o então casal disse à polícia que ele tinha sofrido um acidente doméstico
O acidente, no entanto, foi descartado como causa da morte após perícia do Instituto Médico Legal (IML) constatar que o menino teve hemorragia interna e uma laceração no fígado causada por uma ação contundente
O laudo de reprodução simulada, produzido pela perícia da Polícia Civil, aponta que Henry sofreu 23 lesões externas provocadas por ações violentas no dia da morte
Monique afirmou à polícia acreditar que o filho tinha caído da cama. No relato, ela disse ter acordado por volta de 3h30 e, ao dirigir-se ao quarto, encontrou o filho desmaiado na cama. Jairinho alegou ter visto a queda do menino
A versão foi descartada e o caso passou a ser investigado como tortura. Segundo a polícia, Jairinho dava chutes e golpes na cabeça do menino e Monique sabia das agressões desde fevereiro
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Em 8 de março do ano passado, Henry Borel, filho de Monique, foi levado ao hospital na Barra da Tijuca (RJ) com diversas lesões graves pelo corpo. Na época, o então casal disse à polícia que ele tinha sofrido um acidente doméstico

Reprodução
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O acidente, no entanto, foi descartado como causa da morte após perícia do Instituto Médico Legal (IML) constatar que o menino teve hemorragia interna e uma laceração no fígado causada por uma ação contundente

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O laudo de reprodução simulada, produzido pela perícia da Polícia Civil, aponta que Henry sofreu 23 lesões externas provocadas por ações violentas no dia da morte

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Monique afirmou à polícia acreditar que o filho tinha caído da cama. No relato, ela disse ter acordado por volta de 3h30 e, ao dirigir-se ao quarto, encontrou o filho desmaiado na cama. Jairinho alegou ter visto a queda do menino

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A versão foi descartada e o caso passou a ser investigado como tortura. Segundo a polícia, Jairinho dava chutes e golpes na cabeça do menino e Monique sabia das agressões desde fevereiro

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Semanas antes do crime ocorrer, a babá que cuidava de Henry alertou Monique, por mensagem, sobre um episódio em que Jairinho se trancou no quarto do casal com o menino, que depois deixou cômodo alegando dores e mancando

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Um mês após a morte de Henry, Monique Medeiros e o padrasto foram presos no Rio de Janeiro por atrapalharem as investigações. Segundo a polícia, eles estariam ameaçando testemunhas para combinar versões

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A polícia também afirma que eles teriam apagado mensagens de WhatsApp em uma tentativa de obstruir as investigações. Os aparelhos, no entanto, foram desbloqueados e mensagens de texto e imagens, recuperadas.

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Depois do caso vir à tona, uma ex-namorada de Jairinho contou à polícia que durante o relacionamento com o vereador, ele agrediu a filha dela, que na época tinha 4 anos

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Em carta escrita na cadeia, a mãe de Henry afirmou ter sido manipulada, ameaçada e agredida por Jairinho durante o relacionamento. Segundo ela, o ex-namorado a medicava com ansiolíticos e chegou a flagrá-lo colocando remédio em sua bebida

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Jairinho e Monique são acusados pela morte do menino

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Em depoimento de oito horas, Monique fez novas revelações, como a postura agressiva e controladora de Jairinho no relacionamento e a dificuldade de Henry para lidar com o divórcio dela e de Leniel Borel, pai da criança

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Ao depor, a mãe do menino afirmou ter sido treinada pelo ex-advogado de Dr. Jairinho, André França Barreto, para mentir à polícia sobre a morte do filho

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Após a audiência de instrução, o caso aguarda para ser julgado pela Justiça. Jairinho e Monique são réus por tortura, homicídio triplamente qualificado, além de fraude processual, coação no curso do processo e falsidade ideológica

Aline Massuca/Metrópoles

“Vale mencionar que a criança, no momento de sua chegada, já apresentava, ao exame físico, sinais de rigidez em mandíbula e pupilas midriáticas fixas, condição que indicava a presença de parada cardiorrespiratória há algum tempo”, diz um trecho do documento que o Metrópoles teve acesso.

Mesmo sabendo que o menino já estava morto, a equipe médica tentou fazer todas as manobras de ressuscitação em Henry:

“Nota-se, portanto, que a rigidez apresentada na região da mandíbula do menor Henry Borel, já significava a existência de sinais médico legais de certeza de morte e, ainda que tenham sido realizadas as manobras de ressuscitação cardiopulmonar, não seria esperado que fossem eficazes” diz o documento assinado pelo professor e médico Daniel Romero Muñoz.

A mãe do menino, Monique Medeiros, e o companheiro na época, o ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, são acusados de homicídio duplamente qualificado pela morte de Henry, de 4 anos, em 8 de março de 2021. Ele apresentou 23 lesões pelo corpo.

“Diante do apresentado, não se pode falar em qualquer relação entre a morte de Henry Borel, constatada no exame necroscópico como tendo sido causada por hemorragia decorrente de rotura hepática, e as condutas adotadas nas dependências do Hospital Barra D’Or, uma vez que já havia sinais evidentes de que a criança já se encontrava morta quando se deu o atendimento”, diz o documento.

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