Corregedoria vai apurar se família de Heloísa foi ameaçada por PRFs
Ministro Flávio Dino disse que procedimento administrativo disciplinar foi aberto para apurar conduta de todos os agentes envolvidos no caso
atualizado
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A Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF) abriu um procedimento administrativo disciplinar para apurar a ida de 28 agentes da polícia ao hospital onde estava Heloísa dos Santos Silva, de apenas 3 anos, que morreu no último sábado (16/9) após ter sido baleada em uma operação da PRF, no Rio de Janeiro. A Corregedoria quer investigar o motivo da ida de cada policial ao hospital e apurar eventual intimidação ou ameaça à família da menina.
A informação foi anunciada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que disse ter perguntado ainda nesta segunda-feira (18/9) à PRF sobre agentes que foram à unidade onde Heloísa e familiares estavam. Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), uma tia de Heloísa disse que foi intimidada por um dos policiais.
Segundo o ministro, a finalidade do procedimento aberto é distinguir “policiais que foram lá porque deveriam ir e policiais que foram lá para finalidades estranhas aos objetivos da corporação”. “Saber quantos foram, porque foram, se esse fim era legítimo ou se eventualmente houve um quadro absolutamente incompatível com a lei relativo à tentativa, quem sabe, de dissuadir ou ameaçar a família”, afirmou.
“Verbalmente eu indaguei hoje quando soube dessa matéria dessa tia e procurei me informar. O que a PRF à princípio informa é que eles não sabem se foram 28, mas que várias equipes foram, porque foi uma equipe da própria Comissão de Direitos Humanos da PRF, foi outra equipe para fazer a perícia do veículo, que lá estava”, disse.
Outro procedimento administrativo disciplinar já foi aberto para apurar a conduta dos policiais que atuaram na operação que terminou com Heloísa baleada. Dino afirmou que não é possível antecipar juízo em relação aos dois procedimentos, mas prometeu uma conclusão “em breve”.
O ministro criticou a ação dos agentes envolvidos, ressaltando que está escrito nas normas da PRF que “não é possível a um agente, diante da não parada de um veículo, disparar arma de fogo”. Segundo ele, o ministério tem feito um trabalho de redução dos indicadores de violência policial e medidas de mudança na formação desses policiais.