Caso Gael: advogado de defesa irá alegar insanidade mental da mãe
Defesa afirma que problemas mentais de Andréia Freitas de Oliveira começaram durante relacionamento com o pai da irmã de Gael
atualizado
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São Paulo – A defesa de Andréia Freitas de Oliveira, 37 anos, mãe do menino Gael de Freitas Nunes, de 3, que morreu no apartamento da família na Bela Vista, no centro de São Paulo, irá protocolar na Justiça, nesta quarta-feira (12/5), pedido de exame de insanidade mental da cliente.
Ao Metrópoles, o advogado Fabio Costa informou que Andréia foi afetada pelo relacionamento com o ex-marido, José Roberto, pai da filha dela, de 13 anos. De acordo com Costa, o ex-companheiro teria laudo que comprova sua condição.
“Ela teve um relacionamento muito conturbado com o pai da filha mais velha. Foi um relacionamento abusivo e controlador, que desencadeou uma série de problemas. Ela teve algumas internações curtas já faz alguns anos”, explicou.
Costa defende que a cliente obtenha novos documentos que atestem saúde mental comprometida. O objetivo é que ela seja internada em um hospital psiquiátrico no lugar de cumprir pena em regime fechado. Andréia foi indiciada por homicídio qualificado. Se condenada, a pena pode variar de 12 a 30 anos.
Andréia chorou ao saber da morte
Segundo o advogado, Andréia estava em “estado de transe” na manhã desta terça-feira (11/5) e não sabia da morte de Gael. Durante o interrogatório de cerca de três horas na Delegacia de Defesa da Mulher, a mãe do garoto não se pronunciou.
À reportagem, Costa disse que comunicou a ela o falecimento do filho. Até o momento, a dona de casa nega ter matado Gael e diz não se lembrar de nada.
“Ela me perguntou ‘onde está o Gaelzinho?’ e desabou a chorar [após saber da morte]. Eu só consegui conversar com ela 40 minutos depois. [A Andreia] não se coloca como autora do crime, mas é inegável sua tristeza.”
No fim da noite desta terça, Andréia foi levada à Penitenciária de Tremembé, onde aguarda as investigações.
Gael foi encontrado sem vida
A tia-avó de Gael, Maria Nanete de Freitas, encontrou a criança já sem vida no apartamento. Segundo boletim de ocorrência, a aposentada de 73 anos viu o garoto morto e pediu ajuda para a irmã dele, uma jovem de 13 anos, para acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
No depoimento à polícia, Maria Nanete disse que deu mamadeira para Gael por volta das 9h, e o menino foi ao encontro da mãe. Minutos depois, ouviu choro do menino, mas pensou se tratar de um pedido de colo para a mãe.
Entretanto, a testemunha começou a ouvir barulhos de batidas na parede após cinco minutos, mas achou ser do apartamento vizinho. Depois de 10 minutos, ouviu o som de vidro quebrando na cozinha. Ao chegar lá, deparou-se com o menino deitado no chão, com vômito e coberto por uma toalha de mesa.
Ainda, a tia-avó afirmou que a mãe da criança já havia sido internada quatro vezes, mas não soube informar se foi por motivos psiquiátricos.