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Caso Flordelis: pais de adolescente afirmam que não autorizaram adoção

Pastora mantinha há oito anos a adolescente de 17 em sua casa sem a guarda. Polícia investiga situação irregular

atualizado

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Claudio Andrade/Câmara dos Deputados
Flordelis
1 de 1 Flordelis - Foto: Claudio Andrade/Câmara dos Deputados

Os pais de adolescente acolhida pela deputada federal Flordelis dos Santos (PSD-RJ) afirmam que nunca permitiram que a filha fosse morar com a parlamentar. Ela e a família são investigadas pelo assassinato do pastor Anderson do Carmo, em junho do ano passado, marido de Flordelis. As informações são do jornal Extra.

A deputada também é suspeita de irregularidades nos acolhimentos de crianças feitos pela parlamentar, conhecida como mãe de 55 filhos. São pelo menos três casos — dois deles ocorridos há mais de duas décadas —, nos quais a pastora não entrou com processos de adoção na Justiça para regularizar a situação dos então menores de idade.

Em depoimentos prestados à Polícia Civil, os pais de um desses jovens relataram que nunca deram consentimento para que a filha fosse morar com Flordelis e afirmam que a menina havia desaparecido.

O inquérito da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) de Niterói foi aberto em outubro do ano passado, após denúncia de que a pastora mantinha há oito anos a adolescente de 17 em sua casa sem que nunca tivesse dado entrada com pedido de adoção ou guarda na Justiça. O Ministério Público estadual do Rio também abriu um procedimento administrativo.

A DPCA de Niterói tenta desvendar como a menina chegou à casa de Flordelis. Os depoimentos revelam que após ter saído da residência da família biológica, a criança passou pelas mãos de pelo menos três pessoas até ser entregue para a pastora.

A versão apresentada pelos pais da adolescente, que prestaram depoimento em fevereiro e março deste ano, é de que a filha desapareceu após ter ido brincar na casa de uma conhecida de seu avô paterno. A mãe da jovem afirma que o combinado era buscá-la depois, mas ao chegar ao local, nem a mulher nem sua filha estavam mais na residência. No depoimento, os pais não disseram o nome dessa primeira mulher que teve contato com a criança, mas as investigações indicam que não seria Flordelis.

A mãe disse que chegou a procurar a filha com o avô paterno, mas não conseguiu encontrá-la. Logo depois, o idoso faleceu. Em seu depoimento à polícia, o pai da adolescente afirmou que não autorizou a ida de sua filha para a casa de Flordelis e que também não autoriza a adoção da menina. A mãe disse que nunca havia “dado” a filha. Após a repercussão do caso, a adolescente voltou a morar com a família biológica.

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A parlamentar foi acusada pelo Ministério Público de ser a mandante do assassinato do pastor Anderson do Carmo
Deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD-RJ)
Pastor Anderson e Flordelis
Pastor Anderson e Flordelis
Flordelis em áudio para sua igreja: "Vamos vencer esta batalha na oração", em referência ao caso do assassinato
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Ex-deputada Flordelis foi cassada e presa dois dias depois

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"Estou vivendo o pior momento da minha vida. Não estou preparada para ser presa, e não vou ser. Porque eu sou inocente, e a minha inocência será provada. Eu não matei, eu não fiz isso que estão me acusando. Eu não fiz. Não é real, não é verdade. É uma injustiça", garantiu

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Flordelis, em entrevista ao Fantástico, em 2019

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Deputada Flordelis

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A polícia já sabe que André Luiz de Oliveira, um dos filhos afetivos de Flordelis, foi o responsável por levar a menina para a casa da família da pastora. Ele admitiu em depoimento à polícia que pegou a criança com Carlos Knust e sua mulher, Claudia. Carlos é gerente-comercial da MK Music, gravadora gospel com a qual Flordelis tem contrato. O casal também confirmou aos agentes que foi o responsável por entregar a garota a André.

Questionada sobre a situação irregular da menina por mais de oito anos, a deputada insistiu em dizer que havia dado entrada no pedido de guarda da menina. No entanto, ao ser confrontada com a informação de que não há nenhum processo em relação à garota, disse que se confundiu.

“Em 2014, dei entrada nos papéis no Conselho Tutelar para que ela pudesse estudar e achei que isso já se tratava do processo de guarda. Me confundi. Foram muitos processos (de adoção) naquela época”, disse em entrevista por telefone ao Extra.

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