Caso dos 80 tiros: réus serão ouvidos em juízo na próxima segunda
Militares foram denunciados junto à Justiça Militar da União no dia 11 de maio por homicídio qualificado e omissão de socorro
atualizado
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A Justiça Militar Federal ouve, na próxima segunda-feira (26/08/2019), testemunhas de defesa dos 12 militares da Polícia Militar do Rio de Janeiro acusados de disparar 80 tiros contra o carro do músico Evaldo dos Santos Rosa, de 46 anos, e do catador de papel Luciano Macedo, de 27.
Na terça-feira (27/08/2019), ocorrerá a qualificação e o interrogatório de todos os acusados, quando serão ouvidos, individualmente, pela primeira vez desde o ocorrido. As audiências serão conduzidas pela juíza federal da Justiça Militar da União Mariana Queiroz Aquino Campos. Em 25 de maio, foram ouvidas em juízo sete testemunhas de acusação e uma vítima, o sogro de Evaldo Santos.
Os militares do Exército foram denunciados junto à Justiça Militar em 11 de maio pelos crimes de homicídio qualificado e por omissão de socorro, por supostamente não terem prestado assistência às vítimas.
Entenda
No dia 7 de abril, uma família seguia para um chá de bebê ao passar por patrulha de militares do Exército, em Guadalupe, na Zona Norte do Rio quando o carro — supostamente confundido com o de bandidos — foi alvejado por mais de 80 tiros, sem qualquer tentativa prévia de identificação dos passageiros.
Atingido, Evaldo caiu sobre o volante. O sogro, que estava no banco do carona e também foi ferido, conseguiu parar o veículo. Foi então que a mulher de Evaldo, Luciana, que viajava no banco de trás com uma amiga e uma criança, saiu do automóvel correndo e gritando por socorro. O catador de papel Luciano e a mulher, Daiana, estavam na beira da via recolhendo pedaços de madeira para construir uma casa na comunidade vizinha.
“Quando ele viu a mulher correndo e a criança no banco de trás do carro, saiu correndo e tirou a criança lá de dentro”, relatou Antonio Carlos Costa, da ONG Rio da Paz, que está dando apoio à família do catador e conversou com Daiana. “Ela [Daiana] me contou que ele era muito ligado em criança, por isso correu para salvá-la.”