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Caso Dom e Bruno: depoimento dos réus é adiado a pedido da defesa

Uma nova audiência foi marcada para 8 de maio. Os réus pela morte do jornalista e do indigenista serão ouvidos pela Justiça

atualizado

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O jornalista Dom (a esquerda) e o indigenista Bruno (a direita) - Metrópoles
1 de 1 O jornalista Dom (a esquerda) e o indigenista Bruno (a direita) - Metrópoles - Foto: Reprodução/Redes sociais

Os depoimentos dos réus apontados como autores do assassinato do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, marcados para esta segunda-feira (17/4), foram adiados. Uma nova audiência foi agendada para 8 de maio.

A decisão da Justiça Federal do Amazonas atendeu pedido da defesa de Amarildo da Costa Oliveira, conhecido pelo “Pelado”; Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”; e Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”.

De acordo com a defesa, há um habeas-corpus no Tribunal Regional Rederal da 1ª Região (TRF-1) que questiona o indeferimentos de oitivas por parte do juiz. Nesta fase do processo judicial, a Justiça analisa se os réus serão levados a júri popular.

Além disso, a defesa, para defender o adiamento dos depoimentos, alegou dificuldades de entrar em contato com os réus nos presídios com a devida confidencialidade. Com isso, o juiz determinou que as unidades prisionais esclareçam a situação.

Uma vez que os réus não prestaram depoimento, a audiência, que ocorreu por video-chamada, se limitou a colher as declarações de uma testemunha e de um informante. A defesa dos réus dispensou a oitiva de outra testemunha presente na audiência.

Na última terça-feira (11/4), a Justiça Federal do Amazonas retomou a audiência de instrução e julgamento no caso. Realizadas em Tabatinga (AM), cidade próxima ao Vale do Javari, onde aconteceu o crime, as oitivas haviam sido suspensas no final do mês passado, após sucessivos atrasos na agenda.

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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados
No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca
Em 8 de maio, a força-tarefa efetuou a prisão do primeiro suspeito pelo desaparecimento: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado. Vestígios de sangue foram encontrados na lancha de Amarildo após perícia da Polícia Federal 
Em 12 de junho, uma semana depois, mochilas com os pertences pessoais de Dom e Bruno foram encontradas. Não muito tempo depois, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, irmão de Pelado, foi preso sob suspeita de envolvimento no crime
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Em 5 de junho de 2022, o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira viajavam juntos para que Dom realizasse entrevistas para o livro que escrevia sobre a preservação da Amazônia

Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images
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Arquivo pessoal
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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados

Divulgação
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No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca

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Em 8 de maio, a força-tarefa efetuou a prisão do primeiro suspeito pelo desaparecimento: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado. Vestígios de sangue foram encontrados na lancha de Amarildo após perícia da Polícia Federal 

Arquivo pessoal
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Em 12 de junho, uma semana depois, mochilas com os pertences pessoais de Dom e Bruno foram encontradas. Não muito tempo depois, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, irmão de Pelado, foi preso sob suspeita de envolvimento no crime

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Mulheres realizam manifestação após morte de Bruno e Dom na Amazônia

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Bruno e Dom foram interceptados em rio e executados

Material cedido ao Metrópoles
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Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno

Redes sociais/reprodução
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A tentativa de ocultação, porém, não teria dado certo. Jeferson e Amarildo retornaram no dia seguinte, esquartejaram os corpos e os enterraram em um buraco escavado. A distância entre o local em que os pertences foram escondidos e onde os corpos foram enterrados é de 3,1 km

Divulgação/Polícia Federal
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Depois de fazer uma reconstituição do caso junto a Amarildo, a força-tarefa anuncia ter encontrado “remanescentes humanos” que, mais tarde, se confirmariam como os corpos de Dom e Bruno

Reprodução/Redes sociais
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Em 16 de junho, os corpos de Dom e Bruno chegaram a Brasília para realização de perícia e confirmação de identidade

Igo Estrela/Metrópoles
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Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”

Reprodução/Twitter/@andersongtorres
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Exame médico-legal indicou que morte de Dom Phillips foi causada por disparo de arma de fogo

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A morte de Bruno Pereira foi causada, segundo os peritos, por traumatismo toracoabdominal e craniano por disparos de arma de fogo com munição típica de caça, “que ocasionaram lesões no tórax/abdômen (2 tiros) e face/crânio (1 tiro)”

Funai/Divulgação
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Bruno era considerado um dos indigenistas mais experientes da Funai. Ele dedicou a carreira à proteção dos povos indígenas. Nascido no Recife, tinha 41 anos. Ele deixa esposa e três filhos

Reprodução
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Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa

Twitter/Reprodução

O caso

Dom e Bruno foram assassinados em junho de 2022 na região do Vale do Javari, no Amazonas, quando se deslocavam para visitar uma equipe de vigilância indígena .

Em julho de 2022, o Ministério Público denunciou três pessoas pelos assassinatos de Bruno e Dom. A Justiça Federal em Tabatinga (AM) acatou o pedido e tornou réus os três envolvidos.

Em agosto de 2022, a Polícia Federal (PF) ainda cumpriu mandados de prisão contra três suspeitos de participação na ocultação dos corpos do indigenista e do jornalista.

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