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Caso Dom e Bruno: CIDH cria grupo para proteger membros da Univaja

A Univaja realiza a fiscalização da terra indígena Vale do Javari (AM), região onde Bruno Pereira e Dom Phillips foram assassinados

atualizado

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protesto pela morte do indigenista bruno pereira e jornalista britânico dom phillips - Metrópoles
1 de 1 protesto pela morte do indigenista bruno pereira e jornalista britânico dom phillips - Metrópoles - Foto: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) comunicou, nessa sexta-feira (11/8), a constituição de uma mesa de trabalho conjunta para garantir a segurança de 11 integrantes da União dos Povos Indígenas do Vale (Univaja). O grupo tem sede em Atalaia do Norte (AM) e ganhou notoriedade depois do caso do assassinato do indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips em junho do ano passado.

As medidas cautelares servem para proteger o líder e cocriador da Equipe de Vigilância da Univaja (EVU) Beto Marubo; Cristóvão Pissango Negreiros, membro da EVU; o procurador jurídico da Univaja, Eliesio da Silva Vargas Marubo; Higson Dias Castelo Branco, integrante da EVU; a antropóloga Juliana Oliveira; Manoel Barbosa da Silva, colaborador da Univaja; a advogada Natália France Neves Carvalho; o indigenista Orlando Possuelo; o coordenador da Univaja, Paulo Dollis, o vice-coordenador da Univaja, Varney Kanamary; e Valdir Estevão Marubo.

Todos eles se encontram em vulnerabilidade pelo trabalho que exercem na salvaguarda dos povos indígenas do Vale do Javari, pela participação direta nas buscas de Bruno Pereira e Dom Phillips e pela demanda por justiça, como ressaltou a CIDH.

O grupo tem, ainda, outra missão: a de cobrar das autoridades a solução do caso e a punição da rede de responsáveis pelas execuções. Há uma terceira função, que é a de estabelecer “medidas de não-repetição” do incidente que envolveu o indigenista brasileiro, que já havia feito parte da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), sendo perseguido por ela durante o governo de Jair Bolsonaro.

A mesa de trabalho conjunta resulta de uma proposta entre o governo brasileiro, beneficiários e seus representantes e foi formalizada em 31 de julho, conforme esclareceu a CIDH em nota. O prazo para definir um plano de ação é de dois meses, e a previsão é de que o grupo funcionará por dois anos.

Ronda de perigos

O líder Beto Marubo, vinculado à Univaja, já tem alertado para os perigos que os indígenas da região ainda sofrem, o que inclui ameaças de morte. Há cerca de três semanas, ele afirmou, em sua conta no Twitter, que os planos que o governo federal prometeu para a região não se materializaram.

A Terra Indígena Vale do Javari convive com um amontoado de dificuldades que desafiam as autoridades e colocam sob risco indígenas e defensores de direitos socioambientais, sendo as principais o comércio ilegal de madeira, o desmatamento, a caça e a pesca ilegais e o garimpo ilegal. A região é habitada por cerca de 6,3 mil pessoas, pertencentes a 26 povos e divididas em 64 aldeias.

O local centraliza o maior número de povos em isolamento voluntário do mundo, grupos que optam por manter distanciamento de não indígenas. Ao todo, são 19, de acordo com o Instituto Socioambiental (ISA), como os mayuruna/matsés, os matis, os kulina pano, os kanamari e os tsohom-dyapa.

Com informações da Agência Brasil.

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