Caso Deolane: empresa investigada movimentou R$ 2,4 bilhões em 4 meses
Instituição financeira teria feito transferências para a mãe da influenciadora. Empresa teve R$ 500 milhões bloqueados pela Justiça
atualizado
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O inquérito que resultou na prisão da influenciadora digital Deolane Bezerra mostra que apenas uma das empresa envolvidas no suposto esquema ilegal movimentou, em apenas 4 meses, R$ 2,4 bilhões. O valor refere-se a R$ 1,37 bilhão de créditos e R$ 1,04 bilhão em débito. Trata-se da empresa Pay Brokers EFX Facilitadora de Pagamentos S.A.
A Pay Brokers, aponta o inquérito, atuava como meio de pagamentos, ou seja, era uma intermediária nos jogos de azar. Não é possível afirmar que todos os valores movimentados seriam pertencentes às atividades ilegais. No entanto, as apurações frisam que as movimentações estão “incompatíveis com a capacidade financeira declarada”.
As investigações apuraram que a Pay Brokers fez pagamentos à mãe de Deolane, Solange Bezerra. A empresa teve R$ 500 milhões bloqueados pela Justiça. As análises de movimentações bancárias também apontaram que a Pay Brokers remeteu valores para outras empresas investigadas por supostamente integrar o esquema ilegal.
“A Pay Brokers Efx Facilitadora de Pagamentos S.A passou, como a Esportes da Sorte, a perpetrar lavagem de capitais no futebol brasileiro e promove mais de 1,5 milhão de operações PIX/dia, muitas delas envolvendo apostas esportivas”, diz trecho da apuração.
Deolane foi presa no último dia 4 no âmbito de uma operação realizada pela Polícia Civil de Pernambuco. Ela teria ligação com uma organização criminosa que atuava com lavagem de dinheiro e jogos ilegais. Um dos principais argumentos para a detenção dela foi a compra e a venda de um veículo “de alto valor em um curto período”. Isto denota, conforme o inquérito, indícios de lavagem de dinheiro.
A influenciadora chegou a ter concessão para prisão domiciliar. No entanto, ela descumpriu as medidas restritivas impostas pela Justiça e teve o benefício revogado. A defesa de Deolane chegou a solicitar um novo habeas corpus, mas o pedido foi negado. Com isto, ela fica presa no Recife.
A Pay Brokers afirmou ao Metrópoles, por meio de nota, nesta quinta-feira (12/9) que não possui nenhuma relação com Deolane. A empresa acescentou que todas as transações da mesma são feitas via Pix, o que permite ser “rastreável de ponta-a-ponta”. Disse também que segue diretrizes para processos de compliance “em especial os de Prevenção à Lavagem de Dinheiro”, conforme prevê a normativa do Banco Central.