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Caso de Marielle “foi crime político”, diz procurador de Justiça do RJ

Eduardo Gussem se reuniu com familiares da vereadora carioca e ativistas para cobrar respostas sobre o assassinato da parlamentar

atualizado

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Renan Olaz/CMRJ
imagem colorida mostra mulher negra com cabelos crespos soltos e camiseta branca sem manga
1 de 1 imagem colorida mostra mulher negra com cabelos crespos soltos e camiseta branca sem manga - Foto: Renan Olaz/CMRJ

Nesta quarta-feira (13/6), um dia antes do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSol) e de seu motorista Anderson Gomes completar três meses, o procurador-geral do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, se reuniu com familiares da parlamentar e representantes da Anista Internacional. O objetivo do encontro foi cobrar respostas do Ministério Público do Rio (MPRJ) sobre as investigações. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo.

Segundo a reportagem, a reunião contou com a participação dos pais de Marielle, Marinete Silva e Antônio Francisco Silva; da viúva Monica Benício e da coordenadora de pesquisa da Anistia Internacional, Renata Néder. Na ocasião, Eduardo Gussem reafirmou que um grupo foi criado para acompanhar os trabalhos da polícia. Na avaliação dele, o homicídio foi político e premeditado.

“O crime foi executado de forma bem planejada, muito pensada, muito premeditada. Isso é extremamente grave porque atenta contra os direitos humanos. Sem dúvida alguma, foi um crime político para calar uma das maiores, se não a maior, representante de direitos humanos do nosso país. Tentaram calar a comunidade”, disse Gussem, de acordo com o jornal carioca. “As autoridades têm o compromisso da busca pelo esclarecimento com três, quatro, cinco meses. Não é encontrar qualquer culpado. É encontrar o verdadeiro culpado”, enfatizou.

A morte de Marielle Franco e de Anderson Gomes pode ter começado a ser planejada em 2017, informou O Globo. Os investigadores responsáveis pela apuração do caso, considerado o mais difícil da história da Delegacia de Homicídios da Capital (DH), avaliam se a vereadora era alvo de escuta clandestina em seu gabinete, situado no 9º andar da Câmara dos Vereadores.

A suspeita ocorre porque assessores da parlamentar carioca, ao voltarem do recesso de fim de ano, no início de fevereiro, perceberam que as placas do teto da sala de Marielle tinham sido alteradas. A possibilidade é de o “grampo” ter sido removido durante as férias coletivas.

Depoimento
O conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), Domingos Brazão, foi intimado nesta quarta-feira pela Divisão de Homicídios da Capital para depôr sobre o assassinato. Policiais apuram se há ligação do conselheiro com a testemunha-chave do caso, que disse ter visto Orlando Araújo, chefe de uma milicia da zona oeste do Rio, e o vereador Marcelo Siciliano (PHS) tramando a morte da parlamentar.

Em entrevista ao jornal O Globo, Brazão disse que um investigador foi ao seu condomínio, na Barra da Tijuca, entregar a intimação por volta das 12h30 desta quarta. Para ele, a polícia está querendo chamar atenção.

“Não pode pegar um só porque está fazendo três meses do caso Marielle. Vamos pegar o Brazão porque dá uma mídia. A família da Marielle não merece isso, nem meus filhos. É preciso ter o mínimo de responsabilidade. A polícia sabe da prerrogativa que tenho como conselheiro, de ter hora e local definidos por mim para prestar esclarecimentos”, afirmou Brazão. “Além disso, os investigadores poderiam ter falado com o meu advogado. Ele deixou o cartão com eles quando esteve na delegacia. Estou à disposição, não precisava desse holofote todo”, declarou o conselheiro ao O Globo.

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