Caso das joias: saiba quem é Marcelo Vieira, ex-funcionário do governo Bolsonaro alvo da PF
Militar ocupou o cargo de chefe do Gabinete de Documentação Histórica, responsável por classificar presentes recebidos pela Presidência
atualizado
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O coronel Marcelo da Silva Vieira, alvo de operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta sexta-feira (12/5), atuou como chefe de gabinete adjunto de Documentação Histórica da Presidência durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL). Ele é investigado por supostas tentativas do ex-presidente de reaver as joias sauditas.
Marcelo é capitão-de-corveta aposentado da Marinha. Enquanto esteve no governo, a responsabilidade dele era avaliar o que se tratava de presente pessoal, ou seja, o que poderia ser listado como artigo privado do presidente, ou o que deveria ser encaminhado ao acervo do Estado brasileiro.
Ele começou a trabalhar no gabinete em 2017, durante o governo de Michel Temer, e permaneceu na função até janeiro de 2023, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu a Presidência e exonerou centenas de militares.
Assim como Bolsonaro e Mauro Cid, Marcelo Vieira prestou depoimento à PF. Aos investigadores ele relatou que o então presidente participou de uma ligação com seu ex-ajudante de ordens, na qual pedia que Cid e Vieira assinassem um ofício para a liberação das joias sauditas. Os objetos foram avaliados em R$ 16,5 milhões, mas estavam retidos na Receita Federal.
Vieira acrescetou ter explicado a Cid e a Bolsonaro, em ligação telefônica no viva-voz, que o gabinete que chefiava não tem a função de solicitar bens, mas é responsável apenas pela classificação e registro dos presentes.
Operação da PF
A Polícia Federal faz, na manhã desta sexta-feira (12/5), uma operação de busca e apreensão na casa de Marcelo da Silva Vieira, no Rio de Janeiro. O mandado de busca e apreensão mira o celular do coronel, que deveria ter sido entregue à corporação, no mês passado, depois que ele prestou depoimento.
À coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, o advogado do militar, Eduardo Kuntz, disse que “a defesa não compreende” o porquê da diligência, uma vez que, durante depoimento de mais de 6h, Marcelo respondeu todas as perguntas e disponibilizou todos os dados do celular.