Caso Daniel: acusado usou celular de rapaz morto para mandar pêsames
Segundo o MP, Edison Brittes Júnior, acusado de matar o jogador do São Paulo Daniel, usou aparelho de rapaz assassinado em 2016
atualizado
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O empresário Edison Brittes Júnior, acusado de matar o jogador Daniel Freitas, 24 anos, usou o celular de um homem assassinado em 2016 para dar os pêsames à família da vítima. A informação, publicada no portal G1, é atribuída ao Ministério Público do Paraná (MP-PR).
Segundo a reportagem, o promotor de Justiça João Milton Sales detalhou que o dono do aparelho foi morto em São José dos Pinhais, mesma região em que Daniel foi assassinado. “Quem anda com um celular de um morto?”, questionou Sales.
O MP também vai pedir uma investigação sobre a moto usada pelo suspeito e sua mulher, Cristiana Brittes. O promotor acredita que o veículo pertence a um traficante. A moto foi apreendida pela polícia.
Daniel era jogador do São Paulo e estava emprestado ao São Bento, time de Sorocaba que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro. Ele tinha amigos na capital paranaense porque já havia jogado pelo Coritiba. No dia do crime, em 26 de outubro, foi a São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, para participar de uma festa de aniversário da filha do casal Brittes, Allana, de 18 anos. No ano anterior, o jogador já havia ido à comemoração da jovem.
O empresário de 38 anos, que confessou o homicídio, disse ter flagrado Daniel tentando estuprar Cristiana. Ela chegou a dizer, em depoimento à polícia, que acordou com o jogador sobre ela “com pênis ereto para fora da cueca”. Há imagens feitas por celular que mostram a vítima ao lado de Cristiana.
O corpo de Daniel foi encontrado em uma plantação de pinos. Tinha sinais de corte no pescoço, espancamento e estava com o pênis decepado. Conforme a polícia, os acusados agrediram a vítima na casa de Brittes. Depois, colocaram Daniel no porta-malas do carro do empresário e o levaram ainda vivo a essa plantação.
O laudo da perícia mostra que Daniel tinha 13,4 dg/L de álcool no sangue. “Pelo grau de embriaguez, dificilmente, ele iria conseguir estuprá-la (Cristiana)”, declarou o delegado Amadeu Trevisan, que cuida do caso. Para ele, Daniel fez a foto só para enviar aos amigos. “Ele tem um grupo no qual os rapazes postavam fotos para competir quem pegava mais mulher.” Os depoimentos dados pela família acusada pelo crime, segundo Trevisan, foram discrepantes.
Prisões
Brittes, Cristiana e a filha, Allana, estão detidos e serão indiciados por homicídio e coação de testemunhas. Os três homens que tiveram prisão decretada já haviam confessado à polícia estar no carro do empresário. Só um deles, de 19 anos, foi detido, em Foz do Iguaçu (PR).
Em novo depoimento na quarta-feira (7/11), segundo a TV Globo, Brittes mudou alguns trechos de sua versão. Alegou que foi um dos três rapazes quem arrombou a porta do quarto onde estariam Daniel e Cristiana e disse ter mentido para defender os outros. Ainda segundo a Globo, uma testemunha disse ter tentado impedir a agressão, mas foi empurrada. Outras duas relataram, também conforme a TV, que foram chamadas por Brittes para um encontro em um shopping para combinar uma versão.
Em seu depoimento, Brittes disse ter mentido sobe a autoria do homicídio para proteger os rapazes envolvidos no espancamento do jogador e aqueles que testemunharam a violência. Um deles, que teria dado socos e pontapés e quebrado o celular de Daniel, é filho de um casal de políticos de São José dos Pinhais.
Após o crime, Allana chegou a trocar mensagens com a mãe e a tia de Daniel. Confira: