Caso Boate Kiss: após anulação de júri, réus deixam prisão no RS
O incêndio em uma casa de eventos em Santa Maria, no ano de 2013, deixou 242 pessoas mortas e outras 636 feridas
atualizado
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Os quatro acusados pela tragédia da Boate Kiss em Santa Maria (RS), que aconteceu em 27 de janeiro de 2013, e deixou 242 pessoas mortas e outras 636 feridas, foram soltos na noite de quarta-feira (3/8), por volta das 23h.
A liberação ocorreu após a anulação do julgamento do caso no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), no mesmo dia. Dos três desembargadores Corte, dois votaram a favor da anulação.
Entre os beneficiados pela deliberação, estão os sócios da boate Kiss, Elissandro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos.
Os músicos estavam encarcerados no Presídio Estadual de São Vicente do Sul. Já os sócios Spohr e Hoffmann estavam na Penitenciária Estadual de Canoas.
Tragédia que matou 242 pessoas e feriu mais de 600
Casa noturna tradicional de Santa Maria, cidade de quase 300 mil habitantes no interior do Rio Grande do Sul, a Boate Kiss recebeu centenas de jovens em 27 de janeiro de 2013. Estavam previstos dois shows ao vivo.
O primeiro foi de uma banda de rock e aconteceu normalmente. Depois, foi a vez da Gurizada Fandangueira. A casa tinha capacidade oficial para 690 pessoas e estava superlotada: tinha entre 800 e mil pessoas.
O guitarrista da banda, Rodrigo Lemos, relatou desde o início que o fogo começou depois que um sinalizador foi aceso. Ele disse que os colegas de banda logo tentaram apagar o incêndio, mas que o extintor não teria funcionado. Um dos integrantes da banda, o gaiteiro Danilo Jaques, morreu no local.
Naquela trágica noite, as faíscas do sinalizador atingiram o teto revestido de uma espuma que servia como isolamento acústico. Em pouco tempo, o fogo se espalhou pela pista de dança e logo tomou todo o interior da boate. De acordo com os bombeiros, a fumaça altamente tóxica e de cheiro forte provocou pânico. Aí começou a tragédia.
Ainda sem saberem do que se tratava, seguranças tentaram impedir a saída antes do pagamento.
Houve empurra-empurra enquanto os clientes tentavam deixar a casa. Muitos que não conseguiram desmaiaram intoxicados pela fumaça. Outros procuraram os banheiros para escapar ou buscar uma entrada de ar e acabaram morrendo.
Segundo peritos, o sistema de ar-condicionado ajudou a espalhar a fumaça. Além disso, um curto-circuito provocado pelo incêndio causou uma explosão.