Caso Anic: ambição pode ter levado à morte de advogada, diz delegada
Mulher desapareceu no dia 29 de fevereiro e família pagou resgate, mas a advogada não reapareceu. Quatro pessoas estão presas
atualizado
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Ambição e impunidade são apontadas como indicativos de que a advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy está morta, de acordo com a delegada responsável pelo caso. A mulher está desaparecida desde o dia 29 de fevereiro deste ano, quando foi registrada em imagens de câmeras de segurança em um shopping de Petrópolis, Rio de Janeiro.
“Ou ela está desaparecida, ou efetivamente foi assassinada. A polícia não descarta nenhuma possibilidade, mas eu acredito que, por conta dessa ambição e dessa impunidade, Anic possa ter perdido a vida”, afirmou a delegada Cristiana Onorato Miguel.
Quatro pessoas estão presas pelo sumiço da mulher. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) as denunciou pelo crime. Uma delas é Lourival Correa Netto Fadiga, conhecido como Gordo ou Fatica, com quem Anic tinha um relacionamento amoroso.
Conforme as investigações, Lourival pediu resgate e o esposo de Anic, Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, teria pagado R$ 4,6 milhões. Fatica é uma das pessoas que estão presas.
Parte do resgate foi recuperada pela polícia. Lourival havia gasto uma parte na compra de um carro de luxo, mas cerca de R$ 800 mil que estariam sendo investidos em bitcoins foram devolvidos à família da mulher.
Adeus
Durante as apurações, a polícia descobriu que mensagens do WhatsApp da advogada também foram enviadas em tom de despedida. “Bom dia, meus filhos. Se vocês estão recebendo essa mensagem agora é porque eu já estou longe. Fui embora do Brasil”, escreveu.
A mensagem foi enviada no dia 13 de março, 13 dias após o desaparecimento da mulher.
A polícia afirma ainda que Lourival teria forjado uma carta de despedida da mulher. A correspondência foi divulgada após o pagamento do resgate.