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Caso Ágatha Félix: testemunha diz que atirador estava entre policiais

Durante terceira audiência de julgamento, policial disse que não sabe de qual arma saiu o tiro que atingiu a menina em favela do Rio

atualizado

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Ágatha Vitória Sales Felix usando coroa da mulher maravilha e sorrindo
1 de 1 Ágatha Vitória Sales Felix usando coroa da mulher maravilha e sorrindo - Foto: Reprodução/Facebook

Rio de Janeiro – A terceira audiência de instrução e julgamento do caso Ágatha Felix, de 8 anos, ouviu uma testemunha que apontou um dos policiais envolvidos na morte da menina com o autor do tiro que a matou em 2019. O testemunho foi dado nessa segunda-feira (28/3), no Rio de Janeiro.

O PM Rodrigo de Matos Soares, acusado pela morte de Ágatha, também foi ouvido. O agente é acusado de homicídio qualificado após o assassinato, cometido no dia 20 de setembro de 2019.

O caso aconteceu na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, quando Ágatha, que voltava para casa com a mãe, foi atingida dentro de uma kombi por um tiro de fuzil.

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A menina foi assassinada por policiais enquanto estava dentro de uma kombi com a mãe, no complexo do Alemão. A menina levou um tiro nas costas e chegou a ser encaminhada para o hospital, mas morreu no dia seguinte
Policias militares foram acusados pelo crime
Vanessa Francisco Salles, mãe Ágatha Félix, durante audiência em fevereiro
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Ágatha Felix, 8 anos, foi morta no Complexo do Alemão

Arquivo pessoal
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A menina foi assassinada por policiais enquanto estava dentro de uma kombi com a mãe, no complexo do Alemão. A menina levou um tiro nas costas e chegou a ser encaminhada para o hospital, mas morreu no dia seguinte

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Policias militares foram acusados pelo crime

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Vanessa Francisco Salles, mãe Ágatha Félix, durante audiência em fevereiro

TJRJ Felipe Cavalcanti

Durante a audiência comandada pela juíza Tula Corrêa de Mello, do 1º Tribunal do Júri da Capital, um morador da Fazendinha, Ismael, contou que estava bem próximo ao grupo de policiais de onde partiu o tiro que matou a menina.

A testemunha disse que não saberia identificar o autor do disparo, mas que ele estava entre os policiais posicionados próximos ao ponto onde a kombi foi alvejada. 

Segundo ele, não havia nenhum confronto no local. Ismael afirmou que dois homens em uma moto passavam no local e o carona carregava uma esquadria de alumínio debaixo do braço. O morador frisou que nenhum dos homens estava armado e que ouviu dois estampidos logo após os mototaxistas passarem.  

PM depõe

A testemunha disse que os disparos não atingiram ninguém da moto e que os policiais não prestaram socorro à menina, mesmo sabendo que ela havia sido baleada. Já o PM Rodrigo Soares, acusado de ser o autor dos disparos, disse não saber de qual arma saiu o tiro que matou Ágatha e que não chegou a ver a kombi no dia. 

O PM contou que, por ordem de superiores do comando da UPP do local, nenhum policial deveria participar da reconstituição dos fatos feita pela Polícia Civil. Entretanto, ele e outros dois colegas de guarnição resolveram participar. 

Segundo o acusado, um dos policiais fez, na reprodução, um movimento diferente do que havia feito no dia, durante a suposta troca de tiros com dois homens numa moto. 

Soares começou seu depoimento homenageando um policial que havia morrido no local dias antes da morte de Ágatha. Questionado pela juíza o motivo disso, ele afirmou que não havia sentimento de vingança ou raiva que estivesse relacionado aos confrontos do dia 20 de setembro. 

Afastamento

O policial é lotado na 1ª UPP da Fazendinha e está afastado da corporação desde o caso. Ele contou que era de praxe que a guarnição deixasse o posto no início da noite, pois era um local perigoso, com risco de ataques. Porém, neste dia eles receberam uma ordem para permanecer naquela posição, mas começaram a receber ameaças informadas por mototaxistas da comunidade.

Soares disse que dois homens numa moto fizeram disparos contra ele e um colega. Após revidarem com três disparos, os agentes se abrigaram numa loja de construção até que o confronto cessasse.

Já Élcio Oliveira, também lotado na UPP, disse por videoconferência, que não recebeu tiros vindo de mototaxistas e que só soube depois da morte de Ágatha, ainda que não tivesse perguntado quem tinha feito o disparo que acertou a kombi.

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