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Casal suspeito de torturar menino autista é preso no interior de SP

Após desaparecimento, criança de 8 anos foi encontrada desorientada e com lesões graves em um matagal no bairro Vila Barão, de Sorocaba

atualizado

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Arquivo pessoal
Após desaparecer no domingo (14/11), a criança foi encontrada desorientada e com marcas de agressão em um matagal de Sorocaba, no interior de São Paulo
1 de 1 Após desaparecer no domingo (14/11), a criança foi encontrada desorientada e com marcas de agressão em um matagal de Sorocaba, no interior de São Paulo - Foto: Arquivo pessoal

São Paulo – Um homem de 57 anos e uma mulher de 59 anos foram presos na quarta-feira (17/11) suspeitos de lesão corporal contra um menino autista de 8 anos. Após desaparecer na noite de domingo (14/11), a criança foi encontrada desorientada e com marcas de agressão em um matagal no bairro Vila Barão, de Sorocaba, no interior de São Paulo

A criança estava na casa que mora com a mãe, no mesmo bairro, e disse a ela que queria uma caneta para desenhar. Em seguida, a mãe notou o desaparecimento do filho.

Segundo a polícia, o menino estava andando em uma rua do bairro quando observou que uma câmera de monitoramento residencial estava torta. A criança autista, que tem fascínio pelo equipamento, tentou endireitá-lo quando foi abordada pelo morador do local, que o levou para dentro da casa e praticou a tortura.

“O casal torturou a criança na tentativa de fazê-la confessar quem teria mandado ela [supostamente] furtar o equipamento”, explicou o delegado Fabricio Lopes Ballarini. Após as agressões, o homem usou a sua camionete para abandonar a criança ferida em um matagal no mesmo bairro.

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Após torturar o menino autista, o homem usou o seu carro para abandoná-lo no matagal
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Divulgação
Investigação

Com mandatos de prisão temporária, a Polícia Civil chegou ao casal após análise de imagens de circuito de segurança e operação de buscas e apreensão. Os agentes apreenderam as roupas, calçados, uma ripa de madeira e um caibro com pregos usados pelo homem durante as agressões.

O Instituto de Criminalística colheu na casa dos investigados material genético com ajuda de luminol, substância que reage em contato com sangue, tradicionalmente usada em perícias criminais.

“As manchas existentes na calça do suspeito já foram confirmadas serem de sangue humano, conforme informações fornecidas por peritos do Instituto de Criminalística. Além disso, também foi coletado material de DNA da vítima para confronto dos materiais genéticos”, afirmou o delegado Fabricio Lopes Ballarini.

Tortura

Preso em casa, o homem foi indiciado pela prática dos crimes de tortura e tentativa de homicídio qualificado, com agravantes de motivo torpe, crueldade, tortura e impossibilidade de defesa da vítima.

Já a mulher foi encontrada escondida na casa da filha do casal, em um bairro próximo. Ela responderá pela prática do crime de tortura.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São (SSP-SP), a pena de ambos os suspeitos será agravada, pois o crime foi cometido contra uma criança e ainda pelo motivo de a vítima estar no espectro autista.

O crime

No matagal, o homem seguiu com as agressões e só parou os ataques quando foi surpreendido por uma pessoa em situação de rua. Nesse momento, o suspeito fugiu do local.

A criança foi levada pela pessoa que flagrou a violência a um estabelecimento comercial, onde foi socorrida e encaminhada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Conjunto Hospitalar da cidade.

A ocorrência foi inicialmente registrada como lesão corporal de natureza grave pelo Plantão de Sorocaba – Zona Norte e encaminhada ao 4º Distrito Policial, que conseguiu esclarecer as circunstâncias do crime.

Outros crimes

O homem de 57 anos também foi denunciado por posse de arma, crimes ambientais e jogo de azar.

“Fora todo material de interesse às investigações do crime de tortura, ainda foram encontrados um revólver calibre 38 e 11 cartuchos íntegros, duas maquinas caça-níquéis, 43 botijões de gás armazenados irregularmente e sete pássaros silvestres que eram mantidos em cativeiro e em situação de maus-tratos”, disse o delegado.

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