Casal relata perrengue para fazer casamento com empresa que deu calote
Patricia Bordim, 27, e Luiz Eduardo Bordim, 31, precisaram contratar novos fornecedores às pressas, 3 dias antes do casamento, no Rio
atualizado
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Rio de Janeiro – A festa planejada e quitada há mais de dois anos da psicóloga Patricia Bordim, de 27 anos, e do designer Luiz Eduardo Bordim, 31, precisou ser paga novamente por eles dentro de um prazo de apenas três dias. Isso teve que ser feito porque a Bluemoon, empresa organizadora de casamentos do Rio de Janeiro, não honrou com seus contratos.
“Nós soubemos mesmo da gravidade da situação na quarta-feira (29/7), sendo que nosso casamento seria no sábado (2/7). Foi desesperador, aterrorizante, até a gente conseguir acalmar, pensar em como iríamos fazer”, disse Luiz Eduardo ao Metrópoles.
O casal ficou sabendo sobre os problemas que a Bluemoon estava enfrentando há apenas uma semana do grande dia. Mas eles não tinham noção do que estava por vir. Com festa marcada para a Mansão Santa Teresa, casa de festa luxuosa no centro do Rio, a empresa disse que estava com problemas financeiros, mas garantiu que iriam cobrir todos os gastos.
Sumiço e desculpas
“Nossa cerimonialista fez um grupo com os responsáveis da Bluemoon para acompanhar se todos os fornecedores estavam sendo pagos. Na terça-feira eles sumiram e pararam de responder. Na quinta meu marido foi até a sede deles, mas não tinha ninguém”, disse Patrícia à reportagem.
A casa de festas Vila Riso, onde funciona a sede da empresa em São Conrado, na zona sul do Rio, e ao menos outras nove casas de luxo têm parceria com a Bluemoon. São elas: Mansão Santa Teresa, Germania Garden, Mansão Rosa, Solar das Palmeiras, Palladium, Germânia Garden, Soul, Solar Imperial e Quinta do Chapecó.
Na quinta-feira, às 8h, Luiz Eduardo estava na porta da empresa, mas não encontrou ninguém. Por volta das 11h apareceu a diretora financeira que estava em reunião com o banco. Um dos sócios chegou apenas ao meio-dia.
“Ele me chamou para conversar, começou a falar um monte de balela tentando enrolar, mas disse a ele que meus fornecedores precisaram ser pagos e que já estava atrasado há dois dias. O pagamento de parte do valor da decoração só foi feito às 17h”, disse o noivo.
Insegurança
Toda essa situação gerou insegurança aos noivos. Mesmo a Bluemoon dizendo que iria arcar com os gastos das festa, o casal já duvidava da promessa:
“Percebemos que eles não iriam arcar com nada. O buffet que eles estavam oferecendo estava horrível, vimos diversas queixas no “Reclame Aqui”. Decidimos contratar um novo buffet na quinta-feira e eles disseram que isso era um absurdo, que eles iriam custear tudo, que não precisava disso”, relatou a psicóloga.
No grupo do WhatsApp, a diretora financeira da Bluemoon disse que alguns seriam pagos entre quinta e sexta-feira. Além da decoradora, eles disseram que já tinham feito o pagamento da limpeza, da equipe de segurança e do gerador.
“Foi tudo mentira. Através da nossa cerimonialista nós descobrimos que eles não haviam sido pagos. A decoradora só foi paga porque eu fiquei lá na sede de 8h às 17, se não nem isso. Na sexta-feira (1/7), um dia antes do casamento, a diretora do financeiro pediu desculpa, mas disse que eles não conseguiriam arcar com os fornecedores”, relatou o design.
Desembolso
Na semana do casamento, o casal precisou desembolsar mais de 70% além do valor já quitado com a Bluemoon há dois anos. “Deu tudo certo, nosso casamento foi lindo, mas tivemos que pagar quase o valor de uma segunda festa”, disse Patricia que agora tenta ajudar outros casais com dicas de fornecedores.
Junto há sete anos, o casal não teve a chance nem de adiar o evento, já que os convidados, as famílias que moram em outro estado, já estavam chegando no Rio ou já tinham comprado a passagem aérea.
“Agora que tudo passou, deu tudo certo, a gente se pergunta o que aconteceu. A situação é desesperadora. Eles começaram a pagar as festas com o dinheiro de outros casais, só que chega um momento que essa conta não fecha”, relata a noiva.
Nas redes sociais, a Bluemoon disse que já realizou mais de 300 festas só no primeiro semestre de 2022, mas que desde a pandemia, vem enfrentando problemas financeiros. É essa a justificativa que a empresa vem dando.
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Sem festa
Nem todo casal teve condições de arcar novamente com todos os fornecedores. No dia seguinte ao casamento de Patricia e Luiz Eduardo, um casal que estava com o espaço reservado para a celebração no domingo, precisou reaproveitar a decoração da festa de sábado, pois não tiveram condições de arcar com uma nova decoradora.
“Vamos processar por danos morais e entender com nossos advogados quais os próximos passos. O que eu estou imaginando é que eles vão decretar falência, mas vamos tentar reaver nosso dinheiro”, disse Luiz Eduardo.
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